• Carregando...

Veja as imagens que mostram as irregularidades

Dos 123 presos da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos de Curitiba, 13 são policiais civis que se envolveram em crimes. Mas, embora estejam detidos, imagens flagradas pela reportagem do telejornal Revista RPC, da RPC TV, mostram que eles parecem completamente livres para cometer várias irregularidades, como utilizar aparelhos celulares, objetos cortantes e até danificar os carros apreendidos no pátio da delegacia, que deveriam ser preservados por serem provas de crimes.

Conforme mostrou a reportagem, exibida no domingo (16), os policiais ficam acomodados em celas separadas dos demais presos, para evitar que sejam agredidos por outros detentos. Além disso, eles têm outros privilégios por serem policiais, como autorização para tomar banho de sol duas vezes por semana. E é nesses períodos fora das celas que eles conseguem desfrutar de outras regalias.

Celular

As imagens do telejornal mostram que, para o banho de sol, os presos usam o mesmo pátio em que ficam os veículos apreendidos da delegacia. Como os carros ficam abertos, alguns detentos abrem as portas e entram, como se quisessem se esconder. E ali falam tranquilamente ao celular.

Em uma das cenas flagradas, um preso conversa, sem ser incomodado, com as pernas esticadas sobre a porta de um veículo. Depois de desligar o telefone, faz uma nova ligação. Outro preso recebe uma mensagem de texto no aparelho e se curva entre dois carros para responder. Um terceiro detento, que tem um telefone celular no bolso da bermuda, depois de receber uma chamada, se afasta do grupo com o qual conversava, confere se há alguém observando, e vai para um local sob árvores para atender à ligação. Em outra imagem, um preso usa fones de ouvido para disfarçar que estava conversando ao celular.

Mais irregularidades

A reportagem mostrou ainda que os presos não têm problemas para usar objetos cortantes durante o banho de sol. Em uma das imagens, dois deles compartilham uma faca para descascar frutas. E as irregularidades não se limitam à utilização de objetos proibidos. Em um dos flagrantes do telejornal, um dos presos aparece caminhando sobre um carro que está no pátio da delegacia.

Todos os veículos que ficam no local haviam sido roubados e posteriormente foram recuperados pela polícia e, por isso, deveriam ser preservados por serem provas de crimes. Mas, além de entrar nos veículos e andar sobre a lataria, os presos vão além. Um deles abre a porta do lado do passageiro e faz força para arrancar uma peça do interior. Algum tempo depois ele aparece segurando um objeto que aparenta ser um espelho. Calmamente se afasta do veículo, sem ser incomodado por nenhum carcereiro.

Crime

As imagens que mostram os policiais presos durante o banho de sol na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos foram exibidas pela equipe da Revista RPC ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção do Paraná (OAB-PR), Alberto de Paula Machado. Ele apontou diversas irregularidades no comportamento dos detentos. "Eles devem se submeter às regras básicas daqueles que estão privados de sua liberdade, dentro de nosso sistema legal", disse Machado. "O uso do celular é absolutamente irregular, e, naturalmente, que eles portem armas também. Se aquilo se configura como uma arma branca é absolutamente irregular. Isso nós não poderíamos tolerar dentro das nossas carceragens, dentro dos distritos policiais", acrescentou.

Desde o dia 7 de agosto está em vigor uma lei que torna crime a entrada de telefones celulares nas penitenciárias e prisões do país. Quem levar, facilitar, intermediar ou permitir a entrada dos aparelhos pode ser condenado a pena de três meses a um ano de prisão.

Resposta imediata

Procurada pela reportagem da Gazeta do Povo, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) informou, em nota, que o delegado geral da Polícia Civil do Paraná, Jorge Azôr Pinto, "tomou imediatas providências no sentido de apurar os fatos".

Ainda na noite de domingo, policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), da Polícia Civil, estiveram na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos. De acordo com a Sesp, foi uma operação para tentar localizar aparelhos celulares dentro das celas. Os policiais passaram quase uma hora na delegacia, mas saíram sem dar informações sobre o que encontraram no local.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]