O estudante de Direito Otávio Domingos, 20 anos, foi agredido por um guardador de carros enquanto tentava estacionar na Praça Carlos Gomes, no Centro de Curitiba, ontem de manhã. Segundo Dircéia Queiroz Domingos, o filho só iria deixá-la, mas um homem que cuidava do local não gostou e impediu a passagem do veículo. Levado ao 1.º Distrito Policial, o flanelinha Carlos Campagnoli assinou um termo circunstanciado por lesão corporal e foi liberado. Ele deve responder pelo ato em uma audiência no juizado especial criminal.
Ao ser interceptado, Otávio buzinou e foi surpreendido por um homem que se atirou contra ele, ferindo-o com a chave de outro carro. "Ele enfiou a mão pela janela e começou a me socar", relata. O pescoço de Domingos tinha marcas de sangue. Enquanto ele esperava pela Polícia Militar, outro homem, aos gritos, ameaçou de morte a tia de Otávio.
Embora o local seja zona de EstaR (Estacionamento Regulamentado, gerenciado pela prefeitura), esse grupo de homens costuma forçar o pagamento de gorjetas. O estacionamento da praça fica a uma quadra de um módulo policial desativado. Antes de a polícia chegar, o agressor chegou a chamar outros guardadores para intimidar a família de Otávio. Quando a viatura da PM se aproximou, fugiram em um carro.
Segundo o cabo José Roberto dos Santos, do 12.º Batalhão da PM, situações como essa são comuns. A maioria das vítimas, entretanto, não registra boletim de ocorrência. "As pessoas precisam entender que não são obrigadas a dar dinheiro para guardador de carro." Muitos motoristas entregam as chaves dos veículos para o flanelinhas. "Já chegamos a guinchar carro em local em que o guardador nem tinha habilitação."