O senador Flávio Arns (PSDB), sobrinho da médica Zilda Arns, disse ontem que sua tia foi uma "referência na luta pela vida humana". Segundo Arns, que foi ao Haiti buscar o corpo de Zilda, a fundadora da Pastoral da Criança era uma personalidade internacional. "Haitianos, franceses, espanhóis, gente de todas as nacionalidades perguntava da Zilda, queriam saber dela e queriam colaborar", contou.

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Ao chegar ao Haiti para buscar o corpo da médica, o senador Flá­­vio Arns teve a ajuda da embaixatriz Roseana Kipman. Foi ela quem contatou o padre que havia es­­tado com Zilda. Equipes de resgate já haviam estado no local e não tinham encontrado nada. "Foi um momento muito triste, porque o padre estava em choque, havia pe­­lo menos mais 16 religiosos mor­­tos embaixo dos escombros. A embaixatriz me disse que reconheceram o pé dela [de Zilda] e então começaram a tirar os entulhos com as mãos, porque não havia nenhum equipamento para ajudar."

O senador descreveu a chegada ao Haiti como se estivesse presenciando o cenário de Hiroshima após a bomba atômica. "Vi cenas de horror. Centenas de mortos nas calçadas, feridos, crianças operadas sem anestesia, pais desesperados porque não achavam os fi­­lhos", relatou. Arns acredita que será difícil contabilizar o número de mortos, já que muitas famílias estão enterrando corpos nas montanhas ou em valas comuns.

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