As pessoas que moravam embaixo do Viaduto do Capanema estão com dificuldades para continuar a dormir na antiga “casa”. Semana passada a prefeitura de Curitiba resolveu implantar dezenas de floreiras no local.
Segundo a assessoria de imprensa do município, a medida visa “evitar a ocupação irregular do espaço” e “pretende auxiliar na reurbanização do local”.
A ação não é aprovada por outros profissionais que atuam na área social. O sociólogo Lindomar Bonetti classifica a medida com uma estratégia de higienização social. “Isso é um problema. Não se trata de tirá-los dali. Eles vão para outro lugar. O poder público teria de ir até a rua e fazer ações de inserção social, promovendo projetos educativos e culturais. Simplesmente impedir esse público de ocupar o espaço não resolve o problema”, diz.
“A prefeitura não deveria partir para essa estratégia. É melhor partir para ações na rua e abordagens por meio dos consultórios de rua que tomar essa decisão”, avalia o promotor público Marcos Bittencourt Fowler. A capital tem quatro equipes de consultório de rua atualmente, com profissionais como médicos e psicólogos.
Célio Bueno, que há sete anos está nas ruas curitibanas, morou até o início da semana passada no local. “Eu sempre morei aqui. O pessoal das igrejas evangélicas são os que mais ajudam a gente”, contou na ocasião. Agora a reportagem não sabe onde ele está.
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