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Ventos fortes deixam 11 bairros sem luz

As fortes rajadas de vento, que atingiram 52 quilômetros por hora em Curitiba e contribuíram para alastrar os focos de incêndio, deixaram 11 bairros da capital sem energia elétrica. Ao todo, cerca de 34 mil residências, comércios e alguns semáforos da cidade tiveram o fornecimento de energia interrompido em momentos alternados, entre 13 horas e 15h30. Na região metropolitana de Curitiba (RMC) foram pelo menos 62 mil locais prejudicados.

Algumas estações de rádio ficaram fora do ar por poucos minutos em decorrência da ventania. Para controlar o trânsito nas regiões atingidas foram acionados 20 agentes da Diretran. No final da tarde de ontem, no cruzamento da Rua dos Funcionários com Rua João Guimarães, no Cabral, os semáforos ainda continuavam desligados.

Segundo informações das defesas civis municipal e estadual, duas ocorrências também foram atendidas ontem por causa dos ventos fortes. Uma no bairro Sítio Cercado, onde uma árvore de grande porte caiu na Rua Victor Agner Kendrick, deixando o tráfego de veículos em meia pista. A outra foi em Colombo, na região metropolitana, onde outra árvore caiu, atingindo uma casa. Não houve feridos em nenhum dos casos.

De acordo com informações da assessoria de imprensa da Copel, foram atendidas 133 ocorrências en Curitiba e região. Todas envolviam problemas com desligamento de energia decorrente dos ventos fortes.

A previsão, segundo o meteorologista Reinaldo Kneib, do Instituto Tecnológico Simepar, é de fim de semana com tempo estável e baixa nebulosidade. "Os ventos fortes devem cessar ainda durante a madrugada. Eles ocorrem por causa do ar seco e dos dias quentes", explica.

Pollianna Milan

Um incêndio na Serra do Mar destruiu 60% da área verde do morro Rochedinho dentro do Parque Estadual Pico do Marumbi, região de Morretes (litoral do estado), ontem à tarde. De acordo com informações da Polícia Ambiental de Morretes, o fogo atingiu uma superfície de aproximadamente dois hectares no cume do morro, que fica próximo à linha férrea, a 625 metros de altitude.

O Corpo de Bombeiros e a Polícia Ambiental foram acionados no início da tarde, mas os focos de incêndio só foram controlados quando já era quase noite. A dificuldade de acesso ao local fez com que os 35 homens envolvidos na operação levassem muito tempo para chegar à região. As equipes foram de carro até a estação Morretes. Depois seguiram de trem até a estação Marumbi e ainda precisaram caminhar por cerca de uma hora. Além dos bombeiros e policiais, profissionais do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e da Defesa Civil ajudaram a controlar o incêndio.

Apesar das informações passadas pela Polícia Ambiental, o IAP diz que ainda não foi possível dimensionar a área afetada. Neste fim de semana uma equipe do órgão irá fazer um sobrevôo com helicóptero sobre o Parque para avaliar com mais precisão o impacto ambiental causado pelo acidente.

Uma das principais suspeitas para origem do fogo é que ele tenha sido provocado por fagulhas produzidas pelo motor de um trem, que com os ventos e o tempo seco atingiram a vegetação. O IAP e o Corpo de Bombeiros irão apurar as causas do incêndio e, caso seja comprovada a suspeita, os responsáveis pela manutenção da linha férrea poderão ser autuados.

Este é o primeiro incêndio do ano de grandes proporções na região da Serra do Mar, mas por causa do clima seco diversas queimadas têm acontecido em todo o estado. Segundo levantamento da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Paraná, o risco de incêndios na vegetação é considerado extremo em 70% do Paraná e no restante do estado a condição é elevada. Os meses de junho e julho são considerados períodos críticos, devido à baixa umidade do ar. Desde janeiro foram registrados cerca de 3 mil incêndios em vegetação no estado. Somente na última semana o número foi de 480, sendo que 50% aconteceram em Curitiba e na região metropolitana.

Depósito

Um incêndio de grandes proporções também atintiu ontem um depósito de lixo reciclável, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba. Uma casa e um barracão que ficavam dentro do depósito localizado no bairro Guatupê foram destruídos. Os fortes ventos ajudaram a alastrar as labaredas que também atingiram uma chácara vizinha.

A fumaça negra invadiu a BR-277 e os motoristas tiveram que redobrar os cuidados no trecho em frente ao Guatupê. A operação para conter o fogo mobilizou três caminhões e vários homens do Corpo de Bombeiros.

De acordo com um vizinho, esse foi o quinto incêndio no local. O dono do depósito, Ertile Pazinato, 67 anos, não soube explicar como o fogo começou. "Eu não estava aqui no momento. Cheguei e já estava tudo acabado", lamentou. Para o tenente do Corpo de Bompeiros Fernando Ferreira Machado, o período de sol e seca contribuiu para o início das chamas. "A vegetação está toda seca, qualquer faísca, cigarro, ou até mesmo o sol quente pode ter iniciado o incêndio", explicou.

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