O delegado Alfredo Jang, do 5º Distrito Policial, na Aclimação, em São Paulo, afirmou neste domingo (14) que as agressões a três rapazes na Avenida Paulista foram uma ação "gratuita e covarde". Quatro dos agressores são adolescentes e devem ser encaminhados à Fundação Casa ainda neste domingo. O único agressor maior de idade foi indiciado por lesão corporal gravíssima.
"Foi uma violência gratuita, covarde e sem possibilidade de defesa", afirmou o delegado, após a conclusão do boletim de ocorrência. Questionado se as agressões se tratavam de uma ação homofóbica, o delegado disse: "Pelo jeito foi mesmo", declarou. Isso porque, de acordo com testemunhas, um agressor gritou durante o primeiro ataque: "Suas bichas, vocês são namorados. Vocês estão juntos".
Ao contrário do que foi informado inicialmente pela assessoria de imprensa da Polícia Militar, os jovens não são skinheads. "São jovens brancos, saudáveis, que usam roupas normais e não têm tatuagens", observou o delegado.
O fotógrafo, que foi uma das primeiras vítimas agredidas pelos jovens, disse que o grupo usava roupa de marca. "Eles pareciam totalmente inofensivos. São boyzinhos mesmo. Eles usavam roupas de marca", afirmou Rodrigo, de 20 anos, que tomou um soco no rosto e conseguiu escapar do grupo escondendo-se dentro do Metrô.
Ataques
O grupo fez um primeiro ataque por volta das 6h deste domingo nas proximidades do metrô Brigadeiro, agredindo dois rapazes. Um deles conseguiu fugir e se esconder no metrô. O outro foi agredido e levado para o Hospital Oswaldo Cruz. A família não autorizou o hospital a divulgar informações relativas ao estado de saúde do rapaz.
Em seguida, cerca de 200 metros adiante, eles atacaram o estudante de jornalismo Luis Alberto, de 23 anos, com duas lâmpadas fluorescentes.
"Quando passaram pela gente, vimos que um deles levava duas lâmpadas grandes nas mãos. Ele me chamou. Quando virei, ele já me atacou no rosto com a lâmpada. Em seguida, usou a outra lâmpada", contou. Como ele reagiu, o restante do grupo atacou-lhe ainda mais com socos e pontapés.
Um radialista de 34 anos que passava pela Avenida Paulista presenciou o ataque na altura do número 700 e chamou a polícia.
Jovens estudam no Itaim Bibi
Pais e familiares dos jovens detidos estavam na delegacia, mas não quiseram conversar com a imprensa. Apenas uma mãe conversou com os jornalistas. "Todos são crianças. Estão chorando [lá dentro]", declarou uma mãe, que se identificou como Soraia, de 37 anos, e se disse publicitária. Ela afirmou que os jovens estudam em um colégio no Itaim Bibi. A mãe disse estar constrangida com a confusão em que o filho se envolveu.
"Foi uma atitude infantil. A palavra [para descrever o que sinto] não é vergonha, mas estou sensibilizada porque os meninos estão machucados", declarou. Soraia relatou ainda que os jovens disseram ter sido provocados. O filho dela, que tem 16 anos, está com um olho roxo. Ela disse que seu filho vai ficar mais em casa agora e que "se preciso, vai buscar ajuda especializada".
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