Um comportamento bizarro passou a fazer parte da rotina de diversos moradores do Jardim Mercúrio, no Cajuru, em Curitiba, desde a semana passada: checar compulsivamente muros, grades, portões, portas, caixas de correio e fachadas, atrás de adesivos contendo misteriosos sinais que seriam usados na comunicação entre quadrilhas de assaltantes.
A informação consta de um folheto veiculado pela internet e espalhado pelo bairro, e é atribuída a uma tal "Polícia de Segurança Pública". Os "avisos" foram distribuídos a comerciantes da região, igrejas e centros comunitários. Na associação beneficente conhecida como Clube de Mães Flor de Lótus, as alunas do grupo da terceira idade receberam o folheto da professora e o distribuíram.
Estão todas em alerta: "Puxa vida, agora esse povo sabe até a hora em que a gente sai de casa", questiona a professora aposentada Marcelina Xavier, 52 anos, que integra o clube. "E o pior é que aqui tem muitas senhoras de idade que vivem sozinhas, pessoas que viajam...", observa.
Como precaução, os moradores do Mercúrio estão alertas. "Sempre que saímos procuramos avisar um vizinho mais próximo, porque um assalto pode acontecer com qualquer um", comenta dona Marcelina. "Está todo mundo de olho."
O Comando de Policiamento da Capital (CPC), da Polícia Militar, apurou que o material foi enviado de Cascavel, pela internet . "Com certeza quem produziu esse material é leigo, afinal não existe uma Polícia de Segurança Pública", comentou o major Douglas Dabul. "Parece se tratar de um trote."