Três crianças, de 3, 5 e 9 anos de idade, foram mortas a facadas pelo pai em Palmas, no Sul do Paraná, por volta das 9 horas de ontem. De acordo com a Polícia Civil, o servente de pedreiro Wanderlei de Lima, de 33 anos, confessou a autoria do crime. Segundo o investigador João Maria Sabatke de Souza, o homem teria tido uma desavença com o namorado da ex-mulher na noite da quarta-feira. Lima teria dito ainda que a condição de miséria em que a família vivia motivou o crime.
Ezeli Aparecida dos Santos, a mãe das crianças, negou que os filhos estivessem em situação de miséria e afirmou que o motivo foi o ciúme de Lima, de quem estava separada havia dois meses. Ela informou que as crianças moravam com a avó (Maria, mãe de Ezeli). "Ele já tinha me ameaçado, mas o que foi que as crianças fizeram para ele?", indagou a mãe em tom de lamento. Lima teria passado na casa de Maria ontem de manhã para pegar os filhos, que o acompanhariam numa entrega de lenha.
Ele chegou a levar a lenha para uma cunhada mas, logo em seguida, partiu com os filhos para o local do crime: uma estrada rural no bairro Eldorado que leva ao município de Clevelândia. As meninas Keli, 3 anos, e Mirela, 5, sofreram ferimentos de faca no pescoço. O irmão das duas, Rian, 9 anos, teria tentado impedir que o pai matasse as meninas, mas acabou esfaqueado no peito. De acordo com a Polícia Civil, a mãe esteve no local e passou mal quando viu as crianças mortas. Ela precisou ser encaminhada a um hospital.
O tenente Guido dos Santos Filho, da Polícia Militar de Pato Branco, afirma que o acusado telefonou para a PM para contar que tinha cometido o triplo homicídio e também que tentaria se matar. Logo em seguida, teria tentado fugir, mas foi contido por populares. Lima chegou a fazer cortes no próprio pescoço e também nos braços. Cerca de 300 pessoas chegaram a se glomerar no local do homicídio.
Transferência
Em entrevista a uma rádio local, Lima disse que ele e as crianças estavam passando "muito sofrimento", mas não deu mais detalhes. O homem foi preso em flagrante e levado para a delegacia de Pato Branco. Por razões de segurança, a polícia pediu a transferência dele para uma penitenciária em Francisco Beltrão.
Colaboraram Fernanda Leitóles, Derek Kubaski e Amanda Audi, especial para a Gazeta do Povo