Força Nacional, de provisória a efetiva

Foz do Iguaçu - Desde o início de janeiro, 60 homens da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) reforçam as ações de combate ao crime transnacional em Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, e municípios vizinhos. O auxílio às operações de repressão ao narcotráfico, ao contrabando e ao tráfico de armas e munições, entre outros crimes, é considerado estratégica pelos demais órgãos de segurança que atuam na região, em especial a Polícia Federal (PF).

Enviada à região para proteger a base do Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant) – aeronave espiã que fará a identificação e monitoramento de pontos de atuação do crime organizado na região –, a Força Nacional acabou sendo incorporada às ações de combate ao crime na fronteira. Os primeiros 29 homens chegaram ao Oeste ainda no final de dezembro do ano passado. Com o intuito de conhecer a área que o Vant rastreará, passaram a circular pelos municípios ribeirinhos do Lago de Itaipu, de Foz do Iguaçu até Guaíra, onde é forte a presença das quadrilhas.

Em regra, a tropa composta por policiais militares de vários estados age apenas em situações especiais ou quando solicitada expressamente pelo estado, o que não chegou a ser feito na época pelo en­­tão governador Roberto Re­­quião. Comprovada, no entanto, a necessidade do reforço, o Minis­tério da Justiça abriu exceção autorizando a atuação conjunta e temporária da FNSP nas ações coordenadas pela PF na fronteira do Paraná com o Para­guai e a Argentina. Os bons resultados estimularam o governo federal a estender o auxílio da tropa a outros dez estados brasileiros.

"Para uma região carente de efetivo como essa e com as características que tem, de grande movimento de turistas e de criminosos, a presença da Força Nacional e de outras corporações, além do reforço no quadro próprio, são essenciais no controle fronteiriço", diz o coordenador regional da Ope­ra­ção Sentinela da PF em Foz do Iguaçu, delegado Marco Smith. Exemplo da importância são alguns números que cresceram nos dois meses de operação. Os flagrantes triplicaram, passando de dez em média para 38 na última semana.