Criança sumiu há uma semana quando se dirigia ao ponto de ônibus para ir à escola: vizinho está sendo investigado| Foto: Josué Teixeira/Gazeta do Povo

Corpo de Bombeiros

Operação têm maior equipe em história recente, diz tenente

A procura pela menina quebrou a rotina de Porto Amazonas, que tem 4,5 mil habitantes. Conforme o comandante da operação, tenente Murilo Sinque de Paula, é a maior equipe já mobilizada na história recente de buscas feitas pelo Corpo de Bombeiros. "Pela varredura que foi feita em mata e no rio é possível dizer que há 90% de probabilidade de que ela não esteja na cidade", considera. "Mas alguma esperança ainda existe", comentou o delegado.

Em toda a cidade há faixas e cartazes com a fotografia e o telefone de contato da família. "A comunidade também está ajudando a polícia no que pode", conta a coordenadora do Conselho Tutelar, Rafaela Sotoski.

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O desaparecimento da estudante Estefani Vitória Rochinski, 10 anos, ocorrido há uma semana, intriga a polícia que investiga o caso em Porto Amazonas, no Sul do estado. As buscas começaram ainda no último sábado, mas foram intensificadas a partir de terça-feira. Ontem, ganhou reforço com a constituição de uma força-tarefa com 60 homens do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Polícia Civil. O Corpo de Bombeiros admite a hipótese de que ela não esteja mais na cidade.

Estefani mora com os pais e os irmãos em uma chácara a cerca de dois quilômetros do centro. Todos os dias, ela caminhava sozinha cerca de 800 metros até o ponto de ônibus para ir à escola. Na última sexta-feira, ela saiu de casa por volta das 7 horas com uniforme e mochila escolar e não foi mais vista.

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Os pais procuraram o Conselho Tutelar e a Polícia Civil no mesmo dia do desaparecimento. Um policial da cidade vizinha de Palmeira e um agente do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride) investigam o desaparecimento desde o fim de semana.

Vizinho

Na segunda-feira, a Polícia Militar mandou cães farejadores para o município e na terça-feira um helicóptero da Polícia Militar sobrevoou a área rural. Os cães farejaram a roupa que Estefani usou um dia antes do desaparecimento e seguiram o caminho que ela fazia todas as manhãs em direção ao ponto de ônibus. No entanto, os cães desviaram o trajeto e foram à casa de um vizinho da criança, que tem antecedentes por abuso sexual.

Conforme o delegado, o indício fundamentou o pedido de prisão temporária do suspeito, que foi autorizado pela Justiça em Palmeira. O homem, que não teve o nome divulgado, está em Ponta Grossa, já que em Porto Amazonas sua segurança estaria ameaçada. Nas buscas feitas à residência do acusado, a polícia encontrou uma camiseta dele manchada de sangue. A peça foi encaminhada para análise no Instituto de Criminalística. "Primeiramente, vão avaliar se é sangue humano. Se for confirmado que sim, vão analisar fios de cabelo dos pais da criança com o sangue encontrado na camiseta", afirmou o delegado do caso Rodrigo da Silva Cruz.

Os pais de Estefani não dão entrevista sobre o assunto. "Eles estão arrasados", conta a prima da menina, Margarete Rochinski. Ela confirmou que a esperança dos familiares é a de encontrar Estefani com vida. "Ela sempre foi muito próxima dos pais, nunca fazia nada sem pedir antes, nunca faltava à aula", comenta. Estefani é caçula e os irmãos mais velhos têm 26 e 16 anos.

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