Forças de segurança iniciaram na madrugada de a ocupação das comunidades da Vila Kennedy e Metral, na zona oeste do Rio, para a instalação da 38ª UPP (Unidade de Polícia Pacificadora).
Ao menos 300 policiais do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), BPChoque (Batalhão de Polícia de Choque), BAC (Batalhão de Ações com Cães), 14º Batalhão de Polícia Militar (Bangu), BPVE (Batalhão de Vias Especiais) e GAM (Grupamento Aeromóvel), além de policiais da Corregedoria Interna da PM, participam da operação.
A ocupação começou por volta das 6h e não há informações de confrontos. Segundo fontes ligadas à cúpula de segurança do Rio, a implantação dessa UPP acontece para mostrar que o programa de pacificação continua em expansão.
Investigações apontam que parte do tráfico das duas comunidades fugiu para a favela de Antares, em Santa Cruz, zona oeste, Nova Holanda e Parque União, no Complexo da Maré, zona norte, após a divulgação da ocupação na última terça.
O maior complexo de favelas da cidade, a Maré, no entanto, não vai receber UPP até a Copa. O conjunto deve ser ocupado apenas por militares na véspera do evento.
As comunidade Vila Kennedy e Metral somam uma população de 33.751 pessoas e 10.294 domicílios, de acordo com informações do IPP (Instituto Pereira Passos) com base no Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
A Secretaria de Segurança pede que todos os moradores saiam de casa com documentos de identificação porque podem ser parados pela polícia para averiguação. A pasta também pede a colaboração dos moradores na denúncia de criminosos, esconderijos e locais onde são guardados armas, drogas e objetos roubados.
As informações podem repassadas ao Disque-Denúncia no telefone 2253-1177 ou para a PM no 190.
Problemas
A expansão do projeto, agora na Vila Kennedy, zona oeste da cidade, acontece em meio a problemas em outras unidades já instaladas. Para o governo, as manifestações e ataques ocorridos em duas UPPs, nas últimas 24h, são considerados "fatos isolados".
No complexo do Alemão, na zona norte, por exemplo, houve uma manifestação após a prisão de nove jovens. No morro da Coroa, na região central do Rio, o comércio fechou depois da morte de dois homens que trocaram tiros com policiais militares.
Em nota, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame informou que não "vai admitir qualquer retrocesso". "As UPPs representam um processo de retomada de território. Depois de décadas sob o domínio do tráfico, ainda há desafios pela frente. No entanto, o balanço é positivo", disse Beltrame.
Nas duas comunidades, o policiamento foi reforçado. A Polícia Civil ainda fez uma operação no complexo do Alemão e apreendeu 50 motos na região.
Uma investigação foi aberta e apura se traficantes ordenaram moradores a se manifestarem na terça-feira. Na ocasião houve um confronto entre a população e PMs. Essa pode ser mais uma prova de que, independente da facção, traficantes ainda dão ordens em áreas ocupadas com UPPs.
"A população confia no trabalho da polícia. Moradores continuam denunciando, existem pessoas que têm medo de denunciar e isso é fruto da memória traumática que possuem", informou a assessoria das UPPs.
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