Forças federais deverão realizar a partir deste sábado (27) uma operação na reserva dos índios tenharim, próxima ao município de Humaitá (AM), à procura de três homens desaparecidos na região desde o último dia 16.
Segundo a PF em Rondônia, que acompanha o caso, já houve autorização do Ministério da Justiça para entrada na reserva indígena, o que a pasta ainda não confirmava hoje.
Cerca de 3 mil moradores de Humaitá promoveram anteontem um protesto violento contra os índios, a quem atribuem o desaparecimento dos três homens. Atearam fogo à sede local da Funai (Fundação Nacional do Índio) e da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e a 13 veículos e três barcos usados no transporte dos índios.
Ameaçados, cerca de 150 índios continuam sob abrigo em um batalhão do Exército na região.
Os moradores suspeitam que os três desaparecidos Aldeney Salvador, funcionário da Eletrobras, Luciano Ferreira, representante comercial, e Stef de Souza, professor em Humaitá possam ter sido sequestrados pelos índios, em represália pela morte recente de um cacique. A polícia diz que o índio morreu atropelado.
O clima ainda é tenso na região. Os índios ameaçavam resistir à operação de busca, mas recuaram após a garantia de que a Polícia Federal realizará a vistoria. Cerca de 300 homens da Polícia Federal, Força Nacional, Exército e Polícia Rodoviária Federal deverão vasculhar os 1.309 hectares da área.
Até o início da tarde de hoje, a Polícia Militar de Humaitá e o Batalhão de Choque de Manaus, que se deslocou até o local, esperavam a chegada da Força Nacional e da Polícia Federal. Uma reunião geral deverá definir ações para conter novos focos de violência. Desavenças com os mesmos índios também geram tensão no município de Apuí (AM).
Segundo autoridades policiais locais, o atual conflito é resultado de tensões acumuladas na região entre índios e não índios.
"A população está revoltada, há um ódio acumulado. Além dessa situação [desaparecimento de três homens], os índios começaram a cobrar pedágio há cerca de 20 dias na rodovia [Transamazônica, que atravessa a terra indígena]", disse o primeiro-tenente da PM de Humaitá, Gebes Santos.
"A manifestação foi a gota d'água de uma série de outros acontecimentos, entre elas a cobrança de pedágio pelos índios", afirmou o coronel Paulo Vianna, do centro de operações do Comando Militar da Amazônia.
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