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A operação de ocupação contou com a ajuda de tanques e também helicópteros das polícias do Rio e do Exército | Sergio Moraes/ Reuters
A operação de ocupação contou com a ajuda de tanques e também helicópteros das polícias do Rio e do Exército| Foto: Sergio Moraes/ Reuters

Após décadas de domínio do tráfico (e mais recentemente também de milicianos), as 16 favelas do Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, foram ocupadas nesse domingo de madrugada pelas forças de segurança. A operação começou por volta das 5h30. Sem nenhuma resistência, o controle do território pelo Estado foi retomado em apenas 15 minutos. A tranquilidade não surpreendeu as autoridades. Os principais traficantes das facções que atuavam na região fugiram dias antes da ocupação, apontam agências de inteligência.

Três chefes do Comando Vermelho (CV) estariam no Paraguai. A facção atua em quatro favelas da Maré: Parque União, Parque Rubens Vaz, Nova Holanda e Parque Maré. Os fugitivos são Luciano Martiniano da Silva, o Pezão; Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto; e Luís Cláudio Machado, o Marreta. Pezão comandava a venda de drogas no Complexo do Alemão, e está foragido desde a ocupação da região, em 2010. Marcelo Piloto era o "dono" da Favela do Mandela, no Complexo de Manguinhos. Ele comandou o "bonde" que invadiu a 25.ª DP (Rocha) e resgatou o traficante Diogo de Souza Feitosa, o DG, em julho de 2013. Já Marreta controlava as bocas de fumo no Complexo do Lins. Todas essas favelas já possuem Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

Criminosos do segundo escalão do Comando Vermelho que atuavam na Maré teriam se refugiado na Favela de Antares, em Santa Cruz, zona oeste da capital, no Morro do Caracol, em Niterói, e do Salgueiro, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio.

O Exército também recebeu informações de que o CV planeja atacar viaturas quando os militares entrarem na região na semana que vem para substituir a Polícia Militar. Há ainda informes de ameaças de ataques ao quartel do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR), na Avenida Brasil, nas proximidades da Maré. Todas as unidades já teriam sido alertados sobre os riscos de ataques.

Grande parte dos traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP) fugiram para favelas da zona oeste, onde a facção ainda é forte: Coreia, Rebu e Aço. Alguns estariam na Região Serrana do Rio. O TCP atuava em dez comunidades do Complexo da Maré. O TCP foi o maior prejudicado pela ocupação da Maré. Além do grande território perdido, foi preso o chefão da facção, Marcelo Santos das Dores, o Menor P. O criminoso foi preso na noite da última quarta-feira pela Polícia Federal, numa cobertura de luxo na zona oeste da cidade.

Polícia Federal

Paralelamente à ocupação pelas forças estaduais com apoio da Marinha, a Polícia Federal desencadeou a Operação Maioridade, com objetivo de cumprir 14 mandados de prisão preventiva contra pessoas acusadas de ligação com o traficante Marcelo Santos das Dores, o Menor P. Até o fim da tarde, seis pessoas haviam sido presas.

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