Entre 2008 e 2014, com a economia fortalecida, o ensino técnico teve um crescimento de 88% no Brasil. Parte disso ocorreu devido à verba oriunda do Plano Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Mas também pela percepção da população de que a formação ajuda na hora de conseguir emprego. Pesquisa feita em 2014 – pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o Ibope – apontou que 90% da população brasileira acredita que os cursos técnicos ajudam a ter uma boa colocação no mercado.
Para 2015 ainda não há números definitivos. Mas a tendência é ocorrer uma redução, devido aos cortes do Pronatec (só no Senai o programa reduziu as vagas de 500 mil para 100 mil). Por outro lado, a procura é maior. “No momento de crescimento as pessoas acabam procurando um emprego, e não estudar. Este momento de estagnação é quando elas buscam a formação”, explica o gerente de educação profissional do Senai, Felipe Morgado.
É uma boa oportunidade para investir em cursos de formação, em que o trabalhador não vai apenas aperfeiçoar uma técnica que já possui. São cursos mais longos, com cerca de dois anos de duração. Mas o profissional sai de lá com uma nova possibilidade de carreira profissional.
“A primeira escolha deve estar pautada naquilo que ele gosta de fazer. Um técnico em mecatrônica vai precisar de algum conhecimento em informática”, explica a coordenadora de Educação Profissional do Senai Paraná, Vanessa Sorda Frason. Em segundo lugar, é preciso ficar atento ao mercado. Normalmente, o próprio Senai já oferta cursos que estão relacionados com a cadeia produtiva de uma determinada região, seja a mecatrônica, vestuário, construção civil ou qualquer outra.
Uma opção são os setores que, mesmo com a crise, estão estáveis e até apresentam taxa de crescimento. É o caso do técnico em monitoração de computadores, manutenção e reparo de equipamentos biomédicos, manutenção aeronáutica, vestuário, entre outros. Outra dica é ficar atento à “transversalidade” das ocupações, ou seja, áreas próximas àquelas em que o profissional já atua, para as quais é mais fácil migrar.