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O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM) está disposto a adotar a avaliação dos egressos das faculdades de Medicina, cuja primeira experiência está sendo realizada este ano pelo conselho paulista (Cremesp) com os sextanistas e recém-formados nas escolas médicas de São Paulo. Elaborado por especialistas e professores renomados de diversas faculdades da área e organizado pela Fundação Carlos Chagas, o teste pretende medir o desempenho dos estudantes no fim do curso – com base no que o Cremesp entende que deva ser exigido de um médico recém-formado.

O modelo foi discutido quarta-feira pela classe médica paranaense, na reunião temática do CRM deste mês. Entre os debatedores estavam o presidente do Cremesp, Isac Jorge Filho e o professor da Universidade Federal de São Paulo Bráulio Luna Filho, responsáveis pelo planejamento e execução do projeto, e representantes da Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina (Denem, este ano com sede na Universidade Federal do Paraná), que se opõe ao sistema.

Em São Paulo, o teste será em duas fases – a primeira, ocorrida no dia 9 de outubro, consistiu de 120 questões nas áreas de Pediatria, Ortopedia, Ginecologia e Obstetrícia, Cirurgia Geral, Clínica Médica, Saúde Pública, Saúde Mental, Bioética e Ciências Básicas. A segunda, que deve ser aplicada até o fim do ano, prevê problemas práticos das situações clínicas mais comuns.

A direção do conselho paulista reforça que não existe a intenção de transformar a avaliação em um pré-requisito para a habilitação profissional, a exemplo do que ocorre com o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). "Trata-se de uma proposta de avaliação do ensino médico, que vem somar-se a outras medidas igualmente relevantes, como a avaliação feita pelas próprias faculdades e a avaliação periódica e pontual realizada pelo MEC (Ministério da Educação)", define o site da instituição.

O presidente do CRM, Hélcio Bertolozzi Soares, confirma a intenção de adotar um sistema equivalente a partir do ano que vem. "A idéia é chamar a atenção das instituições aos riscos inerentes à má formação desses profissionais."

Falando em nome da Denem, a coordenadora de comunicação da entidade e aluna do terceiro ano de Medicina na UFPR, Thaís Alessa Leite, afirma que os estudantes querem ser avaliados, mas de outra forma. "Depois de 16 anos discutindo a questão, concluímos que uma prova teórica, ao fim do curso, não avalia habilidades e competências de uma profissão essencialmente prática. Precisamos de no mínimo três momentos de avaliação, distribuídos ao longo do curso", defende.

Ela lembra que a proposta do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes), a ser aplicada em dois momentos da graduação, é mais próxima do ideal: "por não ser centrada apenas no estudante e avaliar também a instituição, o corpo docente, as condições de ensino, ou seja, todos os elementos que fazem parte da formação do profissional de Medicina".

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