Motoristas são assaltados em alagamentos
Agência Estado
Motoristas parados por causa de alagamentos provocados pelas chuvas foram alvo de arrastão entre os quilômetros 163 e 165 da Rodovia Presidente Dutra, no Rio, nesta quarta-feira (11). De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), cerca de dez assaltantes que teriam vindo do Jardim América, às margens da Dutra, roubaram dinheiro, bolsas, carteiras e telefones celulares de ao menos cinco motoristas. Ninguém foi preso.
O trânsito ainda está lento no local. Segundo a PRF, no trecho no sentido São Paulo, só carros de grande porte conseguiam atravessar na tarde desta quarta.
O prefeito de Nova Iguaçu, Nelson Bornier, decretou estado de calamidade pública na cidade da Baixada Fluminense. Ao todo, 26 bairros da cidade foram atingidos pelas fortes chuvas que atingem o Rio desde a madrugada de hoje. Pelo menos uma pessoa está desaparecida e cerca de mil tiveram que deixar as suas casas. Na capital, várias vias ficaram inundadas provocando caos no trânsito. O prefeito Eduardo Paes pediu para que as pessoas não saíssem de casa.
O pedreiro Martinho da Silva, 50, morador do bairro Rodilândia caiu em um rio à margem da rodovia Presidente Dutra e desapareceu. Em Austin, uma rua cedeu impedindo o tráfego de veículos. Em Vila de Cava, o canal do Paiol transbordou deixando mil desalojados, de acordo com a Prefeitura de Nova Iguaçu. O local é próximo ao canteiro de obras do Arco Metropolitano.
A avenida Tancredo Neves que liga o centro da cidade ao bairro de Comendador Soares foi invadida pelas águas da chuva obstruindo a passagem de carros. A água chegou à altura da janela dos veículos. Até as 10h de hoje, boa parte dos servidores da prefeitura não havia chegado ao centro administrativo.
Desde segunda, o município estava em estado de emergência devido às chuvas da semana passada. O bispo da cidade, dom Luciano Bergamin determinou a todos os párocos da diocese que abram os salões paroquiais para abrigar as vítimas das chuvas. Os locais também serão abertos para receber donativos.
"É hora de somarmos esforços com a prefeitura para ajudarmos os mais desassistidos", disse lembrando que a cidade possui mais de cem templos católicos.
Bombeiros socorrem quatro vítimas da chuva na região metropolitana do Rio
O Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro resgatou quatro vítimas das chuvas na região metropolitana, nas zonas norte e oeste da capital e na Baixada Fluminense. Um temporal causa alagamentos e desabamentos na Grande Rio desde a madrugada desta quarta-feira (11).
Em Realengo, zona oeste, duas vítimas foram socorridas pelos militares após uma residência desabar. Em Anchieta, na zona norte, uma pessoa foi socorrida e os bombeiros continuam o trabalho de buscas.
Os bombeiros também resgataram passageiros de um ônibus que ficou ilhada na Avenida dos Democráticos, em Olaria, na zona norte. Perto dali, um muro desabou na Penha, sem deixar vítimas.
No município de Nova Iguaçu, um homem desapareceu ao ser levado por um rio e o desabamento de uma residência, em Austin, deixou um ferido.
Capital
A chuva forte que cai desde a noite de terça-feira sobre o Rio de Janeiro inundou nesta quarta-feira grandes áreas e várias vias da região tiveram o trânsito congestionado, a ponto de o prefeito Eduardo Paes pedir à população ficasse em casa.
A inundação de vias como a Avenida Brasil, uma das mais importantes e extensas da cidade, e a Via Dutra, que liga o Rio de Janeiro a São Paulo, paralisou o trânsito em extensas regiões, segundo informaram os Bombeiros.
As chuvas também obrigaram as autoridades a suspender as operações no aeroporto Santos Dumont, de voos nacionais, assim como em alguns dos trechos do metrô e dos trens.
Os ônibus também foram prejudicados porque a chuva inundou as garagens de algumas empresas que prestam o serviço na zona oeste da cidade e os motoristas não puderam sair com seus veículos.
Os deslizamentos de terras em Anchieta e Realengo, bairros da zona norte do Rio de Janeiro, assim como nos municípios de Nova Iguaçu e Nilópolis, não deixaram vítimas.
O caos aconteceu porque em apenas dez horas choveu a quantidade esperada para o mês inteiro, segundo a prefeitura.
"Quando chove forte em uma cidade grande como o Rio ocorre esse tipo de transtorno. O pedido que fazemos à população é que, se não tem que se deslocar, permaneça em sua casa", afirmou o prefeito em declarações a vároias rádios.
Como consequência das chuvas e do caos no trânsito, várias pessoas não conseguiram chegar a seus locais de trabalho.
A Defesa Civil precisou usar botes para retirar pessoas que tinham ficado isoladas em áreas inundadas.
Os serviços de meteorologia preveem que as chuvas continuarão pelo menos até domingo, mas podem voltar a castigar a cidade na próxima semana, para quando se espera a chegada de outro bloco de nuvens.
Reflexo em Brasília
O caos no Rio de Janeiro obrigou o Congresso Nacional a cancelar a cerimônia prevista para hoje e na qual devolveria simbolicamente o mandato ao falecido presidente João Goulart, derrubado pelo golpe militar de 1964, já que os parentes de Goulart não puderam viajar para Brasília.
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