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Encontro dos guaranis começou ontem, com a chegada das delegações à aldeia Tekoha Añette, em Diamante d´Oeste | Publios Vergilius/AgGinga
Encontro dos guaranis começou ontem, com a chegada das delegações à aldeia Tekoha Añette, em Diamante d´Oeste| Foto: Publios Vergilius/AgGinga

Na estrada, sem abrigo

Todos os dias uma legião de ín­­dios caingangues e guaranis deixa suas aldeias e percorre as ci­­dades paranaenses para vender suas cestarias. A esperança é au­­mentar a renda familiar, já que ao redor da aldeia sobram artesãos e faltam compradores. Quan­­do es­­tão distantes das aldeias, eles não contam com abrigos nem recursos. Rodoviá­­rias, marquises e terrenos baldios acolhem os viajantes.

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Ponta Grossa - A aldeia Tekoha Añette, em Diamante d’Oeste, na região Oeste do Paraná, vai se transformar em um fórum de discussões indígenas nesta semana. Cerca de 800 índios guaranis do Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina devem participar do Encontro dos Povos Guaranis da América do Sul (Aty Guasu Ñande Reko Resakã Yvy Rupa). Na pauta estarão as políticas públicas e o intercâmbio cultural entre os povos da etnia.

O evento começou ontem, com a chegada das delegações, e termina na sexta-feira, com apresentação das reivindicações. Quinze ônibus partiram de várias regiões do país para o Oeste paranaense. Hoje, segundo um dos coordenadores, Leonardo Werá Tupã, o encontro terá manifestações culturais que serão realizadas na própria aldeia. "O encontro será importante para os indígenas discutirem políticas públicas a seu favor", explica. O evento é realizado pelo Ministério da Cultura, através da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural.

As lideranças debaterão o reconhecimento e a devolução de terras ao povo guarani na América do Sul; educação, saúde, cultura e meio ambiente nas aldeias; a criação de um fórum permanente cultural no Mercosul; a criação de uma secretaria especial guarani vinculada ao Mercosul; um mapeamento da etnia; a realização de seminários culturais; a abertura da fronteira dos países do Mercosul para os guaranis e ainda o reconhecimento e o fortalecimento do uso de ervas medicinais entre os não índios.

Os dois primeiros dias do encontro estão sendo reservados aos índios, enquanto que na quinta e sexta-feira o evento será aberto a políticos e representantes de entidades não governamentais. Os ministros da Cultura do Brasil, Juca Ferreira, e do Paraguai, Ticio Escobar, estão sendo esperados na sexta-feira.

Há no Brasil perto de 65 mil guaranis espalhados entre estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A etnia guarani está entre as 220 existentes no país e completa o grupo de indígenas existente no Paraná, que já inclui caingangues e xetás.

Xetá

Há apenas seis remanescentes dos índios xetás no Paraná e em torno de cem mestiços. A discussão em torno da criação de uma reserva no Noroeste paranaense move o encontro "Diálogos Agrários" da superintendência regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Paraná, que acontecerá no próximo dia 8, às 9 horas, no auditório do Incra em Curitiba. O debate faz parte da comemoração dos 40 anos do órgão federal.

Outra atividade ligada à etnia é a abertura da exposição Frag­mentos Xetás, que mostra telas do cotidiano dos xetás feitas pelo artista plástico Sílvio Rocha. A exposição será aberta nesta quinta-feira, às 19 horas, no es­­paço cultural BRDE em Curitiba no Alto da Glória.

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