Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
PALEONTOLOGIA

Fósseis de 80 milhões de anos encontrados no PR

Concepção artística da nova espécie de pterossauro | Maurilio Oliveira/Museu Nacional - UFRJ
Concepção artística da nova espécie de pterossauro (Foto: Maurilio Oliveira/Museu Nacional - UFRJ)
Ossos de crânios dos ptrossauros descobertos no Paraná |

1 de 1

Ossos de crânios dos ptrossauros descobertos no Paraná

Um grupo de pesquisadores brasileiros anunciou ontem uma descoberta de impacto mundial: eles identificaram um conjunto de fósseis de 47 pterossauros (répteis voadores pré-históricos) de uma espécie até agora desconhecida, que viveu há cerca de 80 milhões de anos na Região Sul do país. Os fósseis, encontrados no município de Cruzeiro do Oeste, no Noroeste do Paraná, são uma raríssima ocorrência de pterossauro no interior de continentes. Também é a primeira vez que esse tipo de réptil pré-histórico é encontrado na região – até agora só havia registros de pterossauros na Chapada do Araripe, no Nordeste.

O estudo, realizado por cientistas do Centro de Paleontologia (Cenpaleo) da Universidade do Contestado em Mafra (SC) e do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi publicado na revista PLoS One. A nova espécie de pterossauro recebeu o nome de Caiuajara dobruskii. A abundância de indivíduos identificados entusiasmou os pesquisadores, já que o material ajudará a responder uma série de perguntas científicas importantes. Tal concentração de pterossauros só havia sido reportada em outros dois sítios, na Argentina e na China.

Tesouro

"A descoberta é um verdadeiro tesouro e nos deixou realmente empolgados. Não apenas por ser uma espécie nova de pterossauro, mas pela alta concentração. Como encontramos indivíduos de várias idades, poderemos responder a diversas questões sobre sua evolução", disse Alexander Kellner, do Museu Nacional, um dos autores do estudo. Kellner afirmou que a alta concentração de fósseis de indivíduos garante que todos são da mesma espécie.

Por isso foi possível identificar que se tratava de pterossauros de idades variadas, apesar da diferença entre os ossos de vários tamanhos. Sem correr o risco de achar que são espécies diferentes, os cientistas podem aplicar o mesmo princípio ao estudo de vários outros pterossauros. "Pudemos concluir, por exemplo, que esses pterossauros voavam muito precocemente, já que não havia grandes diferenças morfológicas nas proporções dos ossos, exceto na cabeça", explicou Kellner.

Segundo Kellner, os estudos paleontológicos sobre os pterossauros são fundamentais porque eles são uma espécie de elo perdido entre os vertebrados terrestres e os voadores. "Esse grupo de animais foi o primeiro a desenvolver o voo ativo. Ao estudá-los, podemos tirar conclusões importantes sobre como os vertebrados que andavam em duas patas passaram a voar", disse Kellner.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.