Paulo José da Costa em meio às dezenas de álbuns de família: material vai virar livro| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

Vídeos mostram expedição e vida de poloneses nos anos 40 e 50

Não são apenas as fotos e livros antigos que estão entre as relíquias garimpadas por Paulo José da Costa. Há alguns vídeos que foram achados pelo pesquisador e que são verdadeiras raridades. Do paranaense Eugênio Hauer Kwasinski, há mais de três horas de imagens de viagens feitas pela família, incluindo uma filmagem a cores ainda na década de 1940.

Outra preciosidade que Costa e a esposa, Valéria, têm em mãos é um raro vídeo que mostra alguns poloneses que viviam na cidade em meados da década de 1950. O registro foi feito para que os parentes que haviam ficado na Polônia pudessem ver como era a vida dos imigrantes no Brasil.

O valor afetivo do material é grande porque o casal foi procurado até pelo consulado polonês, que buscava as imagens e não encontrava. Além disso, Costa e Valéria localizaram quatro pessoas que apareciam no vídeo e que puderam relembrar como viviam há mais de meio século.

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Serviço:

Para quem quer contribuir, é possível entrar em contato com os organizadores por telefone.

Paulo José da Costa: (41) 8805-0624

Valéria Costa: (41) 3328-5056

Fotos de 1948 mostram expedição de Eugênio Hauer Kwasinski ao longo do Rio Ivaí até a região de Guaíra

Virar as páginas de um álbum de família tem um valor sentimental incalculável: quantas boas lembranças surgem ao se rememorar o que passou? Há quem veja nessas fotografias mais que memórias restritas a um sobrenome. As imagens são retratos de um cotidiano que passou, mas que revelam cos­tumes e curiosidades que ainda podem ser apreciados. É pensando nisso que o casal Paulo José da Costa e Valéria Vargas Costa, proprietários de dois sebos em Curitiba, reúnem fotos e outras antiguidades. O objetivo é fazer um livro contando um pouco da história das famílias paranaenses que viveram entre o fim do século 19 até a década de 1950.

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A coleta das fotografias foi uma consequência do trabalho diário. Ao garimpar livros e antiguidades para as lojas, o casal se deparava com muitos álbuns que iam direto para o lixo, negligenciados por famílias que não tinham espaço para guardar aquelas velharias. "Achei fantástico, porque você se acostuma a ter a visão oficial da coisa e o álbum de família dava uma dimensão mais humana. E gostei daquilo de entrar na vida da pessoa", resume Costa.

Já se passaram dez anos desde que eles começaram a reunir esse tipo de material, tudo organizado em uma sala da residência do casal. São gavetas de fotos antigas, separadas por temas que vão desde bailes de carnaval até retratos autografados por artistas da época. Além disso, há caixas de registros completos de famílias, com álbuns e diários. Nas estantes, livros e revistas que ajudam a reconstruir uma época que ficou para trás.

Sobre Curitiba, as imagens permitem uma conclusão: era uma cidade pequena com uma região central bem definida. Nesse centrinho, moravam as famílias mais ricas, que ainda deixam as marcas de sua passagem pela região, como é o caso dos Schaffer, Essenfelder, Mueller e ervateiros, como Leão, Fontana e outros.

Elas moravam em mansões, mas também mantinham chácaras em outras cidades ou em áreas que se tornaram bairros da capital, como o Seminário e o Santa Quitéria, cujos acessos eram dificultados pela distância. Ainda no centro havia as casas das famílias de classe média, que faziam a cidade se movimentar na época.

As fotos remontam a uma cidade tranquila, onde ir ao cinema e ao teatro era um prazer, assim como frequentar as chácaras – e nelas se inclui o Passeio Público, como era em sua origem. "Vendo as fotos, a impressão é de que a vida em Curitiba era boa e pacata, cheia de prazeres e sem surpresas desagradáveis", conta Paulo.

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Para os álbuns virarem livro, ainda falta um empurrão. O casal já se inscreveu em um edital de mecenato, mas teve o projeto rejeitado porque não havia um historiador na equipe.

VIDA E CIDADANIA | 10:52

Veja trecho do vídeo sobre a vida dos poloneses na década de 50