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A mais violenta

Foz encontra 60% dos assassinos

Com 296 assassinatos no ano passado, índice de 100 homicídios por grupo de 100 mil habitantes, Foz do Iguaçu é a cidade mais violenta do Paraná. O motivo dos crimes leva à solução de até 60% dos casos acompanhados pela Polícia Civil. A ciranda da criminalidade, comparam os investigadores da Delegacia de Homicídios, é impulsionada pela realidade socioeconômica da fronteira.

Nos crimes passionais, a autoria é mais fácil de ser identificada. Já naqueles motivados pela disputa de território e cobrança de dívidas em atividades ilícitas, muitas vezes o desfecho se dá com a morte do suspeito. O recrutamento de ex-laranjas pelo narcotráfico é responsável direto pelo aumento dos homicídios. Laranjas são pessoas contratadas pelos sacoleiros para cruzar com mercadorias a Ponte da Amizade (Brasil-Paraguai).

Resultado do excesso de mão-de-obra sem capacitação profissional, mas especializada no ilícito (antes contrabando, agora tráfico), o perfil das vítimas e dos autores reforça a prática da "auto-tutela", ou seja, designar para si a autoridade legal, a solução para um conflito. "Muitos problemas da população comum são resolvidos na Justiça. A cobrança de uma dívida de droga ou de morte encomendada, por exemplo, é feita de outra maneira, por outro tribunal", diz o investigador de polícia Marcelo Rocha.

Na Delegacia de Homicídios de Foz, funcionando há cerca de três anos, seis investigadores, um chefe e um delegado comandam as investigações. Os levantamentos são imprecisos, mas estima-se que 98% dos assassinados tinham passagem pela polícia.

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