
O sistema que colocaria o satélite sino-brasileiro CBERS-3 na velocidade correta parou de funcionar 11 segundos antes do tempo correto, já no último estágio do lançamento, provocando a queda do artefato. O foguete decolou da base de Taiyuan, no norte da China, à 1h26 (horário de Brasília), mas caiu pouco tempo depois no polo sul.
"É como um estilingue. Você puxa e coloca a pedrinha. Se não puxar bem o elástico, a pedrinha cai bem na sua frente. Se esticar direitinho, ela vai longe", comparou, em tom decepcionado, o vice-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Oswaldo Duarte Miranda.
Segundo ele, a propulsão, prevista para ser interrompida depois de 16 minutos, funcionou bem por 15 minutos e 49 segundos. "Infelizmente, esses 11 segundos foram fatais", resumiu. O satélite, o quarto feito em parceria com a China, não conseguiu atingir nem a velocidade nem a órbita corretas. Ele deveria ter sido liberado a 776 km de altitude, mas acabou parando antes, a cerca de 720 km.
"Se o problema fosse só a altitude, isso poderia ser corrigido. Os satélites têm combustível já prevendo esses ajustes. O problema foi a velocidade horizontal, que deveria ser de 7 km a 8 km por segundo. Tudo indica que o CBERS-3 estava bem abaixo disso", disse Miranda.
As causas do problema ainda estão sendo apuradas. A falha no lançamento do CBERS-3 foi a primeira do foguete chinês Longa Marcha 4D. Segundo o vice-diretor do Inpe, o instituto trabalha agora para tentar adiantar o lançamento do CBERS-4, que está previsto para 2015.