Brasília Fragilizado por sucessivos escândalos, da crise do mensalão ao dossiê Vedoin, o PT iniciará um acerto de contas interno logo após as eleições. Até mesmo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já indicou que pretende se livrar dos "companheiros-problema" e reformar o partido que ajudou a fundar "Não é possível que a gente continue convivendo com tanta crise sem fazer nada", disse Lula, em conversa reservada.
O presidente chegou a mencionar a possibilidade de fundir o PC do B e o PSB com o PT, caso comunistas e socialistas não atinjam a cláusula de barreira nas eleições. Esse cenário, no entanto, ainda depende da sobrevivência dos partidos no teste das urnas.
O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou que é preciso agir rápido para reerguer o PT e evitar que a sigla seja destruída. "Se antes a tese da refundação do PT era uma alternativa, agora é uma necessidade", argumentou. "O partido terá de discutir a leveza com que tratou a questão da ética pública nos últimos anos e mudar o seu estilo de direção. Não pode mais ser um apêndice do Palácio do Planalto."
Os últimos escândalos envolvendo petistas que tentaram comprar um dossiê na tentativa de associar o candidato do PSDB ao governo paulista, José Serra, com a máfia das ambulâncias assanharam as facções do PT, que falam sem cerimônia em antecipar a escolha da nova cúpula partidária. A última eleição ocorreu há apenas um ano e o mandato do presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), vai até 2008.
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