Partes dos destroços de um avião da Air France encontrados no oceano Atlântico no final de semana abrigam os corpos de alguns dos passageiros que morreram quando a aeronave caiu após decolar do Brasil em 2009, informou o governo francês nesta segunda-feira.
O voo 447 da Air France, um Airbus 330-203, caiu no oceano quando seguia do Rio de Janeiro para Paris, matando todos os 228 passageiros e tripulantes a bordo. Uma longa busca foi incapaz até o momento de recuperar as caixas-pretas que poderiam fornecer pistas sobre a causa do acidente.
O BEA (escritório de investigações e análises na sigla em francês), autoridade francesa encarregada da investigação, declarou nesta segunda-feira ter encontrado grande parte dos destroços, e a ministra do Meio Ambiente, Nathalie Kosciusko-Morizet, declarou haver restos humanos em seu interior.
"Corpos foram encontrados. Eles serão recuperados e identificados", disse a ministra em entrevista coletiva. Segundo ela, não é possível dizer quantos corpos foram fotografados por submarinos não-tripulados.
O ministro dos Transportes, Thierry Mariani, disse que as caixas-pretas ainda não foram localizadas e autoridades do BEA acrescentaram que é impossível afirmar qual será a utilidade delas mesmo se forem achadas, apesar de o chefe do BEA manter as esperanças.
"Podemos apenas ficar felizes que dois anos após o acontecimento, agora exista esperança que poderemos encontrar uma explicação para o que aconteceu", disse o chefe do BEA, Jean-Paul Troadec, que mostrou fotos de partes dos motores, trem de pouso e das asas encontradas no sábado.
A mais recente busca, a quarta desde a queda, está sendo conduzida usando um veículo de resgate equipado com submarinos não-tripulados. Uma investigação subaquática inicial também localizou partes dos destroços e corpos.
Mariani disse que as famílias das vítimas serão informadas sobre as descobertas em uma reunião no final da semana, e que maiores detalhes não serão trazidos a público antes disso.
A descoberta dos restos do avião da Air France em um vasto raio de busca de quase 10 mil quilômetros quadrados renovou as esperanças de que as caixas pretas da aeronave agora possam ser encontradas.
A aeronave desapareceu após se deparar com tempestades sobre o Atlântico algumas horas após decolar. As especulações sobre a causa do acidente se concentraram no possível congelamento dos sensores de velocidade do avião, que pareceram apresentar leituras incoerentes antes de se perder a comunicação.