Pesquisadores, ambientalistas, indígenas e populares da Frente de Proteção do Rio Tibagi se encontram hoje em Londrina para mais uma ação que busca impedir a instalação de uma usina hidrelétrica no rio. Uma mesa redonda apontará todos os danos ambientais e sociais do empreendimento, e os problemas nos documentos de licenciamento ambiental.
Além disso, membros do Comitê da Bacia do Rio Tibagi votam uma moção que pede ao Ministério das Minas e Energia o cancelamento do leilão da usina, marcado para a próxima terça-feira. Até agora foram reunidas 10 mil assinaturas contra o empreendimento.
"Estão simplesmente ignorando a legislação, o que revolta, e estamos nos mobilizando para que a lei seja cumprida", destaca a doutora em Química Ambiental da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Maria Josefa Yabe.
Estudo precário
Um dos principais problemas apontados pelos pesquisadores é o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), feito pela CNEC Engenharia S.A., da Camargo Correia. Haveria erros grosseiros no estudo, omissão da biodiversidade em pontos que serão afetados pela usina e da existência da aldeia Mococa, de índios caingangues. Apesar dessas e outras falhas, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) concedeu a licença prévia à empresa, necessária para o leilão. No documento, o IAP determina que a empresa faça 70 adequações no estudo, o que foi entendido pelos pesquisadores como uma demonstração de como ele estava precário.