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Mario Frias
Mario Frias é secretário de especial de Cultura do governo federal| Foto: Reprodução / Secretaria Especial da Cultura

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) disse repudiar "mais uma vez comparações completamente indevidas do momento atual com os trágicos episódios do nazismo que culminaram no extermínio de 6 milhões de judeus durante o Holocausto". A declaração foi dada, nesta sexta-feira (12), em resposta à postagem do secretário especial de Cultura do governo federal, Mario Frias, que, ao comentar medidas restritivas para conter a disseminação da Covid-19 no país, compartilhou trecho do filme A Lista de Schindler na quinta-feira (11).

A obra, de 1993, que teve a direção de Steven Spielberg, conta a história baseada em fatos reais do empresário alemão Oskar Schindler, que durante a ascensão do nazifascismo alemão engendrou uma estratégia para salvar mais de mil judeus do extermínio.

O trecho do filme compartilhado por Frias mostra trabalhadores executados por oficiais nazistas. Na publicação, o secretário escreveu: "O setor de eventos clama para poder levar o pão para dentro de casa, para poder sustentar a própria família. Até quando um burocrata arrogante irá dizer que ele não é essencial?"

Para a confederação judaica, "essas comparações, muitas vezes com fins políticos, são um desrespeito à memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes". Conforme reforçou, a entidade criou uma campanha, com o tema "Não compare o incomparável" - contra a banalização do Holocauto.

Frias é o segundo a ocupar o cargo a ganhar o repúdio da Conib por comparações com o nazismo. Em janeiro do ano passado, a confederação pediu a saída imediata do ex-secretário de Cultura Roberto Alvim por comunicado inspirado em referências nazistas.

Defesa de Mário Frias

Mais cedo, nas redes sociais, Frias afirmou que "qualquer pessoa intelectualmente honesta entende que o vídeo é uma analogia para nos alertar dos horrores praticados por burocratas quando se acham capazes de definir que serviço e pessoas são essenciais".

"Dizer que essa analogia é uma ofensa ao grande povo judeu, que já experimentou todo esse terror na pele, é apenas um expediente retórico que tenta inviabilizar a devida crítica às nefastas e abomináveis violações às liberdades individuais que estão em andamento. Um trabalhador preso dentro de casa, impedido de levar o sustento para sua família, é uma vítima de uma tirania burocrática, e é um sujeito igualmente merecedor do nosso respeito, ou não? Admiro e respeito muito o povo judeu, e todo o sofrimento que passaram, por isso mesmo espero que aprendamos com a história e não repitamos os velhos erros do passado. A liberdade é um bem supremo", afirmou Frias, em nota publicada em sua conta.

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