Em uma semana, dois latrocínios (roubos seguidos de morte) aconteceram em Curitiba, revelando que os bandidos não aparentam ter medo de serem presos, nem compaixão com as vítimas. Em ambos os casos, a ação dos criminosos começou de maneira semelhante: pessoas que estavam no portão das residências foram rendidas. Na noite da última terça-feira, o vendedor Valdicir Spiorin, 41 anos, foi morto em uma brincadeira de roleta-russa praticada pelos assaltantes.

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Após renderem a filha do vendedor e mais dois amigos que conversavam no portão da casa, no bairro Santa Felicidade, cinco homens armados com um revólver entraram no imóvel, surpreendendo Spiorin e sua mulher. Todos foram obrigados a ajoelhar-se de frente para a parede enquanto os bandidos reviraram a casa em busca de dinheiro. Sem sucesso, o grupo passou a ameaçar o vendedor com o revólver, apertando o gatilho contra a cabeça de Spiorin. Na quinta vez, um disparo fatal atingiu a cabeça da vítima.

A quadrilha fugiu do local no veículo da família, com uma televisão e um aparelho de som no porta-malas. O carro já foi encontrado, com todos os bens roubados. "Já temos informações que nos levam a alguns suspeitos", afirmou o delegado-titular da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), Rubens Recalcatti. "São usuários de drogas violentos da periferia que não têm compaixão pela vida humana", acrescentou.

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SeminárioOutro latrocínio aconteceu na noite do dia 7, depois que dois homens armados renderam a mulher do médico aposentado Edson de Souza Motta Paes, 60 anos, quando chegava em casa, no bairro Seminário. Paes notou movimentação suspeita no interior da residência e armou-se para verificar o que acontecia. O médico trocou tiros com os bandidos e foi alvejado por quatro disparos, morrendo no local. Uma terceira pessoa passava informações à dupla por telefone. Um dos bandidos foi atingido e levado para o Hospital do Trabalhador, onde foi detido. "Esse crime foi praticado por profissionais vindos de São Paulo", revelou Recalcatti.

Algumas dicas do delegado podem evitar situações trágicas em casos de assaltos a residências. Ele pede para que as vítimas fiquem calmas, falem tranqüilamente com os bandidos, atendam as solicitações e informem sobre qualquer movimento que farão.