A neve de julho de 1975 deixou saudades e curiosidade dos mais novos ou dos que não estavam na cidade, que apenas ouviram relatos ou viram fotos do fenômeno natural. Diferente das situações anteriores, hoje em dia é muito mais fácil o Paraná prever com mais precisão se haverá neve em qualquer parte do estado, graças ao Instituto Tecnológico Simepar, que é muito recente.
Nos dias de hoje, é possível identificar as condições para ocorrência de neve com dois ou até três dias de antecedência. Como explica a meteorologista Sheila Paz, do Simepar, para que a neve ocorra é necessário uma união de vários fatores climáticos. Segundo Sheila, dias antes de 17 de julho de 1975, uma frente fria trouxe chuva para a capital. Na retaguarda uma massa de ar frio bastante intensa. "Ela avançou muito rápido e encontrou a frente fria e todo suplemento de umidade", explica.
Na primeira semana de julho deste ano, as temperaturas também sofreram uma queda brusca. Uma frente fria trouxe bastante chuva para o Sul e, como em 1975, veio uma massa de ar frio na sua retaguarda, porém em menor intensidade. O núcleo então atingiu o Rio Grande do Sul e tomou um posicionamento bastante nítido para o oceano. Segundo Sheila, para ocorrer condições para nevar novamente as temperaturas deveriam estar bem mais baixas. Além disso, "o núcleo teria que direcionar para Nordeste, avançar mais em direção ao Paraná e não para o oceano como foi", explica a meteorologista.
Nos primeiros dias de julho deste ano, a temperatura chegou a cair para 2,8ºC em Curitiba, bem menos do que os -4,8ºC de mínima registrados em 17 de julho de 1975. Mesmo assim, a família da curitibana Rosicléia Cooper chegou a pensar que poderia ver a neve novamente no início do mês, como viu há 30 anos. "Na semana passada a gente achou que podia dar alguma coisa, mas com esse sol agora vimos que não vai dar nada", lamenta.