Apucarana e Foz do Iguaçu - Um homem de 34 anos, encontrado morto por volta das 21 horas de segunda-feira, em uma estrada vicinal junto ao Contorno Sul, em Apucarana, no Norte do estado, foi a primeira vítima do frio neste ano no Paraná. A informação foi confirmada ontem pelo 10º Batalhão da Polícia Militar.
A vítima é Lorival Moreira Pinto, que retornava da cidade para sua residência na zona rural do município. O corpo, segundo os policiais, não apresentava qualquer sinal de violência e foi levado para o Instituto Médico Legal (IML). Segundo o exame de necropsia, a causa da morte foi hipotermia (queda brusca na temperatura do corpo provocada pelo frio).
O auxiliar de necropsia José Jerônimo dos Santos disse que Lorival estava embriagado e caiu perto de uma árvore, onde ficou exposto à baixa temperatura. "Ao lado do corpo foi encontrada uma garrafa vazia de aguardente", disse Santos.
O servidor do IML informou ainda que o corpo apresentava coloração azulada, típica de casos de vítimas de hipotermia. "O rapaz estava descalço e trajava apenas uma calça jeans e camiseta, sem portar um agasalho numa noite muito fria", acrescentou. Durante a noite de domingo, a temperatura já estava em declínio em Apucarana. A cidade é conhecida como "cidade alta", pois tem mais de 900 metros de altitude e são comuns rajadas de ventos frios. Os termômetros chegaram a 5 graus na noite de domingo e caíram ainda mais na madrugada de ontem.
Enfarte
A necropsia descartou a hipótese de o índio avá-guarani Carlos Tupã Villialba, 89 anos, que vivia na aldeia Ocoy, em São Miguel do Iguaçu, no Oeste do estado, ter morrido de frio. O atestado de óbito assinado pelo médico Walter Hurtado atesta que a morte foi causada por um enfarte, no final da tarde de domingo. O corpo foi enterrado ontem, por volta das 11 horas, na própria reserva. "Ele não reclamou de nada, trabalhou sábado e no domingo estava planejando como seria a semana", afirmou o cacique Daniel Lopes. Os avá-guaranis viviam em áreas que foram alagadas para a formação do reservatório da Itaipu Binacional e foram transferidos para a região em meados da década de 1980. Cerca de 620 índios vivem no local.