O governo federal vai instalar gabinetes de gestão integrada (GGIs) em Foz do Iguaçu, Santa Helena e Guaíra, três das cidades do Oeste do Paraná mais visadas por quadrilhas de narcotraficantes e de contrabandistas que usam o Lago de Itaipu como entrada para o Brasil. O modelo de GGIs é empregado desde 2004, em outras regiões do país, e a partir deste mês será estendido às fronteiras.
A municipalização dos gabinetes faz parte do Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci), do Ministério da Justiça. Segundo o diretor do Departamento de Políticas, Programas e Projetos (Depro) do Ministério da Justiça, Alberto Liebling Kopittke, com um gabinete as cidades podem apresentar projetos e solicitar recursos do Pronasci para as ações de segurança. "O GGI será instalado ouvindo a população e as autoridades locais para a construção de políticas específicas para a região", diz ele.
Em reunião na terça-feira em Guaíra, representantes do Ministério da Justiça e autoridades locais argumentaram que apenas reforçar o efetivo não é suficiente. Para ele, é preciso haver troca de informações e integração no planejamento, na coordenação e nas ações. Em visita à fronteira em fevereiro, a secretária Nacional de Segurança Pública, Regina Miki, anunciou que o primeiro GGI de fronteira será implantando em Foz do Iguaçu no dia 26 deste mês. A região receberá um destacamento da Força Alfa (pelotão de policiamento de fronteira) e delegacias da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.
Segundo o Mapa da Violência divulgado na semana passada pelo Ministério da Justiça, o Paraná é o terceiro estado com o maior número de cidades entre as cem mais violentas do país. Dos dez municípios paranaenses com as maiores taxas de homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes, cinco são do Oeste: Guaíra, Santa Terezinha de Itaipu, Foz do Iguaçu, Rio Bonito do Iguaçu e São Miguel do Iguaçu.
