Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, será a primeira cidade de fronteira no país com um Gabinete de Gestão Integrada (GGI) para o combate ao crime organizado. O anúncio foi feito ontem pela secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki. A cidade foi escolhida para encabeçar o projeto piloto porque a região concentra algumas das rotas mais utilizadas pelas quadrilhas especializadas no tráfico de drogas e de armas e no contrabando de mercadorias. O GGI, o primeiro do Paraná, será instalado oficialmente no dia 26 de março.Apesar do anúncio, a secretária não especificou como o gabinete vai atuar e não falou sobre os valores que serão repassados para as ações conjuntas de combate ao crime. "Ainda estamos planejando de que forma as representações que integrarão o gabinete vão agir. Temos que trabalhar na asfixia financeira das organizações criminosas", comentou, pouco antes de sobrevoar a região e o Lago de Itaipu, onde as quadrilhas mantêm portos clandestinos.
As ações deverão ter uma participação maior da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Também deverá haver uma cooperação entre forças policiais e fiscais, para que não se perca tempo e recursos. "Ainda neste mês, o veículo aéreo não tripulado [Vant] entra em operação permanentemente", garantiu o superintendente regional da Polícia Federal no Paraná, Maurício Leite Valeixo.
Exemplo
Regina disse que o trabalho será acompanhado pelos secretários de Segurança dos outros dez estados brasileiros que têm fronteira com outros países. "Tudo isso resguardando as peculiaridades de cada região", disse. Além do narcotráfico, comum nos 16,8 mil quilômetros de fronteira no país, são comuns o contrabando, o roubo de cargas e de veículos, a venda ilegal de terras, o tráfico de pessoas e a exploração sexual infantojuvenil.
No Paraná, o reforço na prevenção e na repressão ao crime na faixa de fronteira, onde estão 139 municípios, terá a cooperação de estados vizinhos. O secretário estadual de Segurança Pública, Reinaldo de Almeida César, disse que pretende criar, em conjunto com o Mato Grosso do Sul, um "cinturão" com policiais militares e civis dos dois estados.
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