O que fazer
Para minimizar os riscos de contaminação com agrotóxicos presentes nos alimentos, especialistas sugerem:
Limpeza
Lavar frutas e verduras com sabão neutro e água e enxaguá-los bem ao final. Ainda: deixá-los de molho em uma solução com cloro ou em água com vinagre por alguns minutos.
Escolha
Nem sempre as frutas e verduras com cores mais vibrantes são as mais saudáveis. O uso de agrotóxico tende a deixar a fruta mais bonita, por isso prefira comprar as que ainda estão verdes e possam amadurecer em casa.
Safra
Prefira os alimentos da safra que têm mais qualidade nutricional e provavelmente exigiram menos uso de agrotóxicos.
Com selo
O consumidor deve dar preferência ao produto embalado com o selo do produtor, que lhe dará uma garantia maior de procedência.
A polêmica sobre o uso de agrotóxicos gera incertezas sobre o consumo seguro de alimentos, principalmente frutas e hortaliças. Isto porque o contato com esse produto pode provocar uma variedade de doenças (irritações, alergias e até câncer), dependendo do tempo do uso, da exposição e da quantidade ingerida. O problema é que não há como estabelecer níveis seguros de ingestão de agroquímicos para a saúde humana assunto que ainda é objeto de estudo no mundo inteiro. Também não há receitas mágicas capazes de limpar completamente um alimento contaminado. Na impossibilidade de se consumir orgânicos certificados, porém, alguns cuidados podem ser tomados.
Não é possível "limpar" completamente os resíduos de agrotóxicos, porque a maioria tem efeito sistêmico e chega à parte interna do alimento. O produto, contudo, pode ser lavado com água e sabão neutro, com o cuidado de enxaguá-lo ao final. Também pode-se deixá-lo de molho em vinagre ou em uma solução de cloro por alguns minutos. As medidas minimizam a carga química, apesar de o principal efeito do cloro ser eliminar bactérias e fungos.
Atenção
Nem sempre as frutas ou legumes maiores e com cores mais vibrantes são os mais saudáveis. O uso de agrotóxicos, associados a adubos químicos, tende a aumentar e a dar aspecto saudável ao alimento. A médica e professora da Universidade Federal do Ceará, Raquel Rigotto, observa que o consumidor não deve se deixar levar pela aparência. "Costumo brincar que se tiver uma larva na goiaba, brigue por ela. Se o bichinho não morreu, é sinal de que pode ter sido usada uma quantidade menor de veneno." Vale observar, no entanto, que nem sempre o bom aspecto do alimento está relacionado a uso indiscriminado de agrotóxico, já que novas técnicas de cultivo também podem ter sido usadas.
O consumidor deve dar preferência ao produto embalado com o selo do produtor, que lhe dará uma garantia maior de procedência. O engenheiro agrônomo Waley Nascimento, chefe-adjunto da Embrapa Hortaliças, afirma que, com o selo, o "produtor está mostrando a cara", permitindo um maior controle. Raquel Rigotto sugere que o consumidor retire a casca dos alimentos e os compre ainda verdes, deixando que amadureçam em casa. Assim, pode-se minimizar um risco de o prazo de carência intervalo de tempo entre a última pulverização do agrotóxico e a liberação do alimento para o consumo não ter sido respeitado. A diretora do Instituto de Nutrição Josué de Castro da UFRJ, Eliane Fialho, também dá uma dica importante: "prefira os alimentos da safra, que têm mais qualidade nutricional e provavelmente exigiram menos uso de agrotóxicos."
O professor Ângelo Trapé, da Unicamp, ameniza o problema e afirma que as análises da própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostram que os alimentos da agricultura convencional são seguros para o consumo. Ele garantiu que nunca atendeu pacientes com problema de saúde relacionado à ingestão de alimentos contaminados. Já o gerente geral de toxicologia da Anvisa, Luiz Cláudio Meirelles, afirma que os produtos reprovados em análises da agência estão impróprios para consumo.
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