Depois de um ano isolado, morando com a mulher Adelir Suzuki em Curitiba, o ex-vereador Cláudio Thadeu Cyz rompeu o silêncio e concedeu uma entrevista exclusiva à Gazeta do Povo. De família tradicional de Campo Largo, ele ingressou na carreira política em 1972. Aos 58 anos, disse estar isolado e acredita que nunca mais voltará à cidade natal. Cyz afirmou se sentir bastante culpado por não ter tido tempo de se explicar para as pessoas.
O que levou o senhor a sair da cidade?
Após o carnaval de 2006, saiu um comentário na cidade que a gente não estaria pagando os clientes. Nada disso era real. Os compromissos sempre foram honrados até a minha saída. Eu comecei a receber algumas ameaças de morte. A gente deveria se ausentar da cidade e teria que ser um local mais longe, porque seria uma situação de vida ou morte. Ninguém ficou sabendo.
O senhor tinha dinheiro para pagar todos os clientes?
Até a véspera da minha ausência ninguém ficou sem receber. Mas chegou num ponto que acabou o dinheiro. Eu senti que, se tivesse que conseguir mais alguma coisa, demoraria. E como todo dia existiam resgates de valores, eu não conseguiria cumprir.
Então não havia dinheiro...
Não. Não era isso. É que se transformou em uma bola de neve. Por exemplo, se nós tínhamos dez clientes que vinham solicitar alguma coisa, passou a ser 100. Até brincando a gente costuma dizer que nem banco agüenta. Todo mundo corre ao mesmo tempo.
Quanto dinheiro o senhor ficou devendo aos seus clientes?
Está sendo feito um trabalho pericial, mas não chega nem perto dos R$ 200 milhões que saiu na imprensa. É muito menos.
Em torno de quanto?
De R$ 10 a R$ 15 milhões.
Se os seus clientes pedissem o retorno do dinheiro hoje, o senhor teria de onde tirá-lo?
Essas coisas estão sendo periciadas. Existem bens. Nisso eu não posso me manifestar porque é uma coisa judicial. Eu também tenho que aguardar.
Mas existe dinheiro?
Existe dinheiro bloqueado. Existe bloqueio. Eu não tenho nem como saber dos valores de bloqueio, nem nada. São coisas que precisam ser periciadas e analisadas futuramente.
Em quanto o senhor avalia seu patrimônio hoje?
Eu não tenho nem idéia. Isso eu não posso estimar por causa das avaliações e por causa dos valores que estão todos bloqueados. Sinceramente eu não tenho como precisar nada disso. (JO)
Cláudio Thadeu Cyz, ex-vereador de Campo Largo.
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