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O fumo passivo durante a gestação aumenta o risco de má-formação congênita ou de o feto morrer na gestação. A constatação é de uma revisão de 19 estudos sobre o tema. Segundo os pesquisadores, grávidas não fumantes que têm contato com a fumaça do cigarro correm risco 23% maior de o feto morrer. A probabilidade de má-formação do feto é 13% maior.

Nenhuma das mulheres que participou do levantamento havia fumado durante a gravidez, mas elas tinham respirado a fumaça do cigarro dos companheiros ou familiares. Os resultados foram publicados na revista Pediatrics, da Associação Americana de Pedia­tria. Segundo os dados da revisão, o pai do bebê era a primeira fonte de fumaça para a mãe na maioria dos estudos.

Para Lúcio Souza dos Santos, pneumologista do hospital A. C. Camargo, de São Paulo, é difícil estabelecer os riscos do fumo passivo para a gestante porque tudo depende da concentração da fumaça no ambiente e da quantidade de vezes que a mu­­lher é ex­­posta ao cigarro. "A concentração do poluente é fundamental. Mas, se a exposição ao cigarro acontecer repetidamente, certamente haverá riscos para o feto", diz Santos.

O pediatra João Paulo Lotufo, responsável pelo Programa Anti­tabágico do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP), diz que o cigarro provoca vasoconstrição, diminuindo o fluxo sanguíneo na placenta. Assim, com menos irrigação, há mais riscos de natimorto. Os possíveis mecanismos para justificar a má-formação ainda não foram descobertos.

Em um levantamento feito por Lotufo com 200 mães fumantes no período de amamentação, 30% delas disseram que seus médicos falaram para elas pararem de fumar, mas nenhum deles soube orientá-las sobre como fazer. Em outra pesquisa, feita com 250 pediatras, nenhum soube dizer quais são as medicações disponíveis. "O maior problema é a falta de informação", afirma o médico.

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