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São Jerônimo da Serra

Funai espera que índios libertem os reféns hoje

Saiba mais sobre a Terra Indígena Barão de Antonina |
Saiba mais sobre a Terra Indígena Barão de Antonina (Foto: )

Londrina - A administração da Fundação Nacional do Índio (Funai) espera que sejam libertadas ainda hoje as três pessoas mantidas como reféns pelos índios caingangues da Terra Indígena Barão de Antonina, em São Jerônimo da Serra, a cerca de 350 quilômetros de Curitiba, no Norte do Paraná. Sem a liberação dos reféns, o Ministério Público Federal de Londrina ameaça cancelar a reunião, que foi antecipada para hoje, em negociação com os líderes da comunidade indígena. No encontro, deve ser assinado um termo de ajustamento de conduta, com o estabelecimento da indenização a ser paga pela Companhia Paranaense de Energia (Copel).

Para o procurador federal José Mauro Luizão, a postura dos indígenas está prejudicando os próprios índios. De acordo com Luizão, a atitude não se justifica mais, pois tanto o MPF quanto a Copel se comprometeram a participar da reunião para a assinatura do acordo de indenização. "Só a comunidade indígena sairá prejudicada se não houver a reunião, pois se a disputa for para a via judicial, a decisão final poderá levar anos", afirma.

Os índios pedem R$ 3,5 milhões de indenização pelo impacto ambiental causado por uma linha de transmissão de energia da Copel que passa pela área indígena desde 1967. A alegação dos caingangues é de que as 14 torres da linha de transmissão inviabilizam o uso de dez quilômetros lineares da área. A Copel, por sua vez, se propõe a pagar R$ 1,1 milhão e ajudar na recuperação das áreas degradadas. "O objetivo nosso é que o valor seja aumentado, e a Copel está propensa a isso", disse a administradora da Funai em Londrina, Evelise Viveiros Machado.

Ela afirmou que já conversou com os indígenas e eles garantiram que os reféns podem circular livremente pela aldeia, embora estejam impedidos de deixar a área. As esposas dos reféns, no entanto, estão apreensivas porque, nos contatos feitos pelo celular nos primeiros dias, o relato era de que os índios estavam fazendo muitas ameaças a seus maridos.

Detidos

Na quinta-feira passada, os índios detiveram os irmãos Valmiron e José Almir Torres Quintanilha, funcionários de uma empresa terceirizada da Copel, quando eles foram à reserva para um trabalho rotineiro de vistoria das linhas. No dia seguinte, o antropólogo da Copel, Alexandre Húngaro da Silva, foi ao local para tentar liberar os dois reféns, mas também foi impedido de sair.

Servidores da coordenação de patrimônio e meio ambiente da Funai deslocaram-se de Brasília a Londrina para participar da reunião de hoje.

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