PR cobra reforço do governo federal
Uma comitiva do governo do Paraná formada por representantes das secretarias de Assuntos Estratégicos, Saúde e Defesa Civil vai a Brasília semana que vem cobrar uma atuação mais forte dos órgãos federais responsáveis pelas aldeias indígenas do estado. A comitiva terá audiências na Fundação Nacional do Índio (Funai) e Fundação Nacional da Saúde (Funasa). A cobrança será principalmente em relação às condições das crianças nas aldeias.
Relatório do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Proteção às Comunidades Indígenas (Caop), do Ministério Público Estadual, aponta a desnutrição como possível causa da morte de três crianças indígenas. De acordo com o coordenador do Caop Indígena, o promotor Luiz Eduardo Canto Bueno, uma criança de 2 meses e outra de 2 anos morreram na Reserva Rio das Cobras, em Laranjeiras do Sul, no Sudoeste, e outra, também de 2 anos, na cidade de Terra Roxa, no Oeste, no mês de dezembro. "Nos casos de Laranjeiras do Sul, está confirmada a desnutrição como uma das causas. Já o de Terra Roxa estamos averiguando", aponta o promotor.
O relatório foi apresentado ontem ao governador Roberto Requião, que afirmou haver contradição na atuação da Funai no estado. "Enquanto a Funai briga e consegue a demarcação da terra contínua dos índios, a Raposa Serra do Sol (Roraima), aqui os índios estão morrendo de fome?", indagou o governador em declaração à Agência Estadual de Notícias.
A Defesa Civil está distribuindo alimentos aos índios do estado desde a semana passada. Até agora, 20 toneladas de alimentos foram distribuídas a 4,3 mil índios de dez comunidades do Paraná.
Marcos Xavier Vicente
Londrina - A administração da Fundação Nacional do Índio (Funai) espera que sejam libertadas ainda hoje as três pessoas mantidas como reféns pelos índios caingangues da Terra Indígena Barão de Antonina, em São Jerônimo da Serra, a cerca de 350 quilômetros de Curitiba, no Norte do Paraná. Sem a liberação dos reféns, o Ministério Público Federal de Londrina ameaça cancelar a reunião, que foi antecipada para hoje, em negociação com os líderes da comunidade indígena. No encontro, deve ser assinado um termo de ajustamento de conduta, com o estabelecimento da indenização a ser paga pela Companhia Paranaense de Energia (Copel).
Para o procurador federal José Mauro Luizão, a postura dos indígenas está prejudicando os próprios índios. De acordo com Luizão, a atitude não se justifica mais, pois tanto o MPF quanto a Copel se comprometeram a participar da reunião para a assinatura do acordo de indenização. "Só a comunidade indígena sairá prejudicada se não houver a reunião, pois se a disputa for para a via judicial, a decisão final poderá levar anos", afirma.
Os índios pedem R$ 3,5 milhões de indenização pelo impacto ambiental causado por uma linha de transmissão de energia da Copel que passa pela área indígena desde 1967. A alegação dos caingangues é de que as 14 torres da linha de transmissão inviabilizam o uso de dez quilômetros lineares da área. A Copel, por sua vez, se propõe a pagar R$ 1,1 milhão e ajudar na recuperação das áreas degradadas. "O objetivo nosso é que o valor seja aumentado, e a Copel está propensa a isso", disse a administradora da Funai em Londrina, Evelise Viveiros Machado.
Ela afirmou que já conversou com os indígenas e eles garantiram que os reféns podem circular livremente pela aldeia, embora estejam impedidos de deixar a área. As esposas dos reféns, no entanto, estão apreensivas porque, nos contatos feitos pelo celular nos primeiros dias, o relato era de que os índios estavam fazendo muitas ameaças a seus maridos.
Detidos
Na quinta-feira passada, os índios detiveram os irmãos Valmiron e José Almir Torres Quintanilha, funcionários de uma empresa terceirizada da Copel, quando eles foram à reserva para um trabalho rotineiro de vistoria das linhas. No dia seguinte, o antropólogo da Copel, Alexandre Húngaro da Silva, foi ao local para tentar liberar os dois reféns, mas também foi impedido de sair.
Servidores da coordenação de patrimônio e meio ambiente da Funai deslocaram-se de Brasília a Londrina para participar da reunião de hoje.
STF terá Bolsonaro, bets, redes sociais, Uber e outros temas na pauta em 2025
Alcolumbre e Motta seguem cartilha dos antecessores. Assista ao Entrelinhas
Lula diz a Motta e Alcolumbre que não mandará propostas ao Congresso sem consultar líderes
Estado é incapaz de resolver hiato da infraestrutura no país
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora