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Operação Integridade II

Funcionários da Receita são presos por cobrar “caixinha”

Onze pessoas foram presas ontem acusadas de formação de quadrilha, ocultação de bens, lavagem de dinheiro e concussão (extorsão cometida por funcionário público). Entre os presos estão três auditores e dois funcionários da Receita Estadual. As prisões foram em Curitiba e União da Vitória e a operação foi denominada Integridade II, dando sequência às investigações que prenderam outros sete auditores e dois funcionários da Empresa Paranaense de Classificação de Produtos (Claspar) em julho.

Comandadas pelo Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce) e pelo Ministério Público, as investigações começaram após denúncia anônima. Segundo o delegado operacional do Nurce, Robson Barreto, o grupo agia nos postos da Receita Estadual de General Carneiro e União da Vitória, Sul do estado. Caminhoneiros que transportavam cargas com irregularidade eram coagidos a pagar propina aos auditores. "Muitas vezes eles criavam uma situação que não existia para poder cobrar", afirma Barreto. O valor cobrado dependia do cliente e da possibilidade de dinheiro rápido. "Eles pediam R$ 1 mil, por exemplo, mas se o motorista não tivesse todo o dinheiro na hora, aceitavam quanto tivesse", conta o delegado.

Segundo ele, os plantões no posto da Receita rendiam diariamente de R$ 5 mil a R$ 15 mil. No entanto, a cobrança de R$ 500 era tão freqüente que chegou a dar nome aos postos, conhecidos pelos caminhoneiros como "postos do quinhentinho".

A quadrilha chegou a abrir uma empresa (Assemp) em Curitiba para lavar o dinheiro das propinas. "Eles aceitavam pagamentos em cheques e até depósitos. Para isso, usavam a conta no nome da empresa fantasma", explica Barreto. "Os presos que não são funcionários da Receita Estadual são parentes ou laranjas, que emprestavam seus nomes e suas contas bancárias para depósitos. Depois, o dinheiro era dividido."

O valor total arrecadado em seis anos ainda não foi levantado. "Bloqueamos todos os bens dos envolvidos e agora continuaremos as investigações para descobrir outros colaboradores no crime", garante Barreto.

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