A greve deflagrada pelos servidores municipais da Saúde, de Foz do Iguaçu, deve chegar ao terceiro dia, na quarta-feira (10). Em assembleia finalizada por volta das 18h desta terça-feira (9), grevistas decidiram manter a paralisação iniciada na segunda-feira (8), com o objetivo de reverter um decreto (18.919/2009) da Prefeitura que determina que os servidores municipais voltem a cumprir jornada semanal de 40 horas, conforme determinado em concurso público. Uma nova assembleia foi iniciada às 19 horas, com funcionários de outras áreas, para definir se outros setores vão aderir ao movimento.

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Os grevistas protocolaram, nesta terça-feira, uma denúncia na Promotoria de Justiça da cidade, acusando a Prefeitura de tentar ampliar a jornada de trabalho dos servidores. O Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi) argumenta que a jornada de 30 horas semanais é cumprida há mais de 20 anos e que foi regulamentada em 2003, por decreto da própria Prefeitura. "É impossível nossa categoria trabalhar em uma escala superior a essa", apontou a diretora de administração do Sismufi, Maria Judite Blum.Também nesta terça-feira, os servidores da Saúde promoveram uma manifestação na Câmara de Vereadores, com direito a muitas faixas e narizes de palhaço. A expectativa do Sismufi é de que outros servidores, como ajudantes de serviços gerais e merendeiras engrossem a greve.

Atendimento

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Com a paralisação, o atendimento à população está sendo comprometido. Na manhã desta terça-feira, a Unidade de Saúde do Parque Presidente estava fechada. Dois funcionários da Prefeitura que haviam sido remanejados para atenderem no local encontraram a porta trancada. Na unidade do Jardim Lancaster, os cidadãos tiveram que enfrentar fila e esperar pelo atendimento. No Posto São João, sete funcionários grevistas faltaram.

A Secretaria de Saúde de Foz do Iguaçu minimiza a paralisação dos servidores. De acordo com o secretário Luis Fernando Zarpelon, dos 1578 funcionários do setor, cerca de 70 teriam aderido à greve, o que representaria por volta de 4% do contingente. Ele ressalta que o atendimento tem sido feito normalmente à população e que a Secretaria tem conseguido contornar a greve, por meio do remanejamento de escalas de funcionários.

O comando de greve não soube informar quantos servidores estão paralisados, mas contestou os números apresentados pela Secretaria "Se fosse 4%, não estaria havendo transtornos no atendimento, como está acontecendo", disse Judite Blum.

A Prefeitura informou que não vai abrir da jornada de trabalho de 40 horas semanais, por ser o que determina o edital de concurso no qual os servidores foram aprovados. Segundo a Secretaria de Saúde, cerca de 60% dos servidores sempre cumpriram a escola de 40 horas e 30% estariam em situação irregular. "O que nós queremos é regularizar a situação, até porque não podemos dispor dessas horas, sob pena de o atendimento à população ser comprometido", argumentou Zarpelon.

O secretário ressaltou que os funcionários paralisados terão os dias descontados em folha de pagamento e que a assessoria jurídica da Prefeitura estuda o que pode ser feito do ponto de vista legal para que os servidores voltem ao trabalho.

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