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Atualizado em 29/06/2006, às 21h45

Os funcionários do Hospital Evangélico e do Hospital do Trabalhador devem cruzar os braços nesta sexta-feira. Eles aderem à greve nos estabelecimentos privados de saúde de Curitiba e região metropolitana. A paralisação, por tempo indeterminado, será feita por manifestações locais em diversos hospitais da capital paranaense.

A categoria reivindica um reajuste salarial de 17%, mas os patrões, representados pelo Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado do Paraná (Sindipar) oferecem um aumento de 3,34%. "O que eles precisam entender é que a saúde vive numa crise muito grande e que há 10 anos o Sistema Único de Saúde (SUS) não reajusta os valores repassados aos hospitais. Não é que achemos que eles não mereçam, mas no momento são valores impraticáveis", disse a assessora jurídica do Sindipar, Maria Solange Marecke Pio Vieira.

De acordo com a assessoria do Hospital Cajuru - os primeiros a paralisar as atividades nesta quinta-feira - mobilização foi pequena e no balanço do dia, não atingiu nem 1% dos funcionários. Foram registradas apenas 12 faltas, num universo de aproximadamente 1.400 funcionários. Ainda segundo a assessoria, o atendimento não foi prejudicado e um plano de remanejamento de funcionários foi feito para cobrir possíveis ausências.

Satisfeitos com o resultado do primeiro dia, os grevistas programam novas paralisações para esta sexta-feira. "O começo de uma greve é sempre complicado, já que as pessoas ficam com medo, ainda mais no Cajuru. Mas estamos satisfeitos com a adesão e amanhã (sexta-feira) vamos parar os trabalhos no Hospital Evangélico e também no Hospital do Trabalhador", afirmou Natanael Marchini, tesoureiro do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde de Curitiba e região Metropolitana (Sindesc).

Falta de diálogo

O Sindipar afirma que está aberto a negociações com os grevistas, mas considera que os trabalhadores estão inflexíveis em algumas questões. "Queremos, por exemplo, que funcionários administrativos, como recepcionistas, recursos humanos e informática assumam uma jornada de 44 horas. Só que nesse ponto eles não aceitam negociar", afirmou.

Só que o representante do Sindesc, o tesoureiro Natanael Marchini, critica a proposta dos patrões. "Esta proposta não é boa, pois já tivemos uma grande conquista com a jornada de 36 horas. Essa mudança seria prejudicial, já que o salário só aumentaria proporcionalmente, sem qualquer outro reajuste. O trabalho aumentaria, mas o salário não. É uma proposta indecente".

Apesar das farpas, os dois se mostram abertos ao diálogo. "Sem demagogia. Nós estamos totalmente abertos a propostas. Nós já fizemos a nossa, agora esperamos que eles façam a deles", disse Marchini. A assessora do Sindipar também abre um canal de negociação. "Em toda a negociação os dois lados precisam ceder. Vamos conversar, afinal não é uma guerra. Queremos o melhor para os funcionários", concluiu Maria Solange.

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