Funcionários de varas criminais reclamam de mudanças

Um remanejamento de funcionários das varas criminais de Curitiba, anunciado pelo Tribunal de Justiça do Paraná, desagradou ao sindicato da categoria. De acordo com correspondência enviada aos servidores, quem está lotado no tribunal mas trabalha em outro lugar poderá retornar ao TJ. Isso, segundo os funcionários, diminuiria o número de pessoas nos cartórios e plantões das varas em até 40%. O Tribunal de Justiça não se pronunciou oficialmente sobre o tema, mas membros da diretoria negam que haverá redução de pessoal.

A diretora do Sindicato dos Servidores da Justiça Federal do Paraná (Sinjuspar), Rosana Ventura, afirma que o atendimento poderá ser prejudicado. "Ano passado fizemos uma paralisação reivindicando melhores condições de trabalho e temos a redução de pessoas?", indaga. Hoje será feita uma reunião para discutir a situação. "Vamos deliberar e decidir o que fazer".

Uma fonte ligada ao Tribunal de Justiça afirma que os funcionários foram chamados para uma reunião amanhã e que até lá as mudanças não são certas. "Haverá uma conversa com todos que estão lotados no TJ. E os que tiverem interesse poderão retornar e há muita gente realmente querendo isso", diz. A diminuição do número de pessoas trabalhando nas varas também estaria descartada. O que estaria havendo seria apenas a substituição de funcionários não concursados por concursados. "Há aprovados da última prova que já estão nas varas ."

Os funcionários afirmam que há pessoas que trabalham há mais de 20 anos nos cartórios das varas criminais e que têm experiência nas demandas. "Calculamos que alguém novo leva cerca de um ano para aprender os trâmites, e há locais em que vão ficar somente com um funcionário antigo. O serviço vai ser muito prejudicado", diz L., que também não quis se identificar. "Esses dias um novato achou que a sigla HC era Hospital de Clínicas e não habeas corpus".

Outra reclamação dos funcionários é em relação à mudança do Fórum Criminal para o Santa Cândida, que deverá ocorrer no fim do ano. "É um local de difícil acesso para todos, principalmente para a população", diz L. Além disso, há a questão dos estagiários. Com a nova lei, haverá uma diminuição de quase 70% no número de estagiários, já que pode haver somente uma pessoa estagiando para cada grupo de cinco funcionários. Há varas que têm mais de 20 estudantes e que poderão ter apenas um.