A Biblioteca Pública Municipal Bento Munhoz da Rocha Neto, em Maringá, pode ser interditada pela Justiça. O Sindicato dos Servidores Municipais de Maringá (Sismar) encaminhou na última quinta-feira um pedido de interdição da biblioteca para a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, do Ministério Público, alegando condições inadequadas de trabalho.

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"Não tem como resolver de outra maneira", lamenta o advogado do sindicato, Avanílson Alves do Araújo. "O problema se arrasta há mais de dez anos e nada foi feito." Ele informa que há uma perícia de agosto de 1995 apontando os problemas do local e os riscos de saúde que correm os funcionários e usuários. O promotor José Aparecido da Cruz anunciou que está solicitando providências para a prefeitura. A resposta pode ser dada em 90 dias.

Os trabalhadores informam que esta é a terceira administração da qual eles cobram melhorias. O secretário municipal de Administração, Ademar Schiavone, declarou que não há o que fazer este ano porque a prefeitura não dispõe de dinheiro em caixa para reforma. O prefeito Silvio Barros (PP) está ciente do problema e anunciou que planeja construir uma nova biblioteca no Novo Centro, mas ainda não há previsão de quando as obras começarão.

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Goteiras

A situação é apontada pelos funcionários como caótica e emergencial. Há infiltrações nas paredes, goteiras que pingam mesmo sem chuva (inclusive da tubulação de esgoto sanitário, que é visível nas salas), emendas na fiação elétrica sem isolamento, falta de ventilação, iluminação precária, fungos nas paredes, entre outros problemas.

"A cada meia hora a gente tem que sair para respirar", diz a auxiliar administrativa, Marlene Rodrigues de Alencar, 51 anos. "Queremos um local sadio para trabalhar." Ela está há 14 anos na biblioteca, tem asma e explica que o atendimento aos usuários fica prejudicado porque sempre é preciso parar o trabalho para buscar um local onde haja ar natural. Quadro pior é o da também auxiliar administrativa, Maria Moreira de Souza, 63 anos, que já ficou afastada por 90 dias do trabalho por uma pneumonia e tem síndrome do olho seco, que piora com a falta de circulação de ar natural, obrigando-a usar colírio o tempo todo para proteger os olhos da sujeira que os ventiladores fazem circular no ambiente.

A biblioteca central foi inaugurada em novembro de 1975, tem aproximadamente 50 mil livros em quatro pisos numa área total de 1.685 m·. Há 13.405 usuários cadastrados e 44 funcionários.