Funcionários da fazenda Rio Laranjeiras, no município de Luiziana, no Noroeste do Paraná, terminaram na tarde desta quinta-feira (20) a transferência de diversos bois que ainda estavam na propriedade invadida por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST).

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Uma parte dos animais foi retirada na quarta–feira, três dias após a invasão e o proprietário Joair Mendes Pereira Júnior ter conseguido na justiça um Mandado de Reintegração de Bens e Direito. O proprietário foi procurado, mas não foi localizado. O rebanho foi levado a uma propriedade vizinha e depois deve ser transportado a Guarapuava, na região Central, onde reside o proprietário da fazenda invadida por duas facções rivais do MST.

Um grupo de 16 famílias, intitulado ‘Excedentes do Movimento MST’ vindos de Quinta do Sol onde estavam acampadas há cinco anos na beira da rodovia entre Quinta do Sol e Fênix, entrou na propriedade durante a madrugada de domingo. "O Incra deu posse às famílias do acampamento de Quinta do Sol", diz Valdir Paraíso, líder do movimento. Poucas horas depois, um grupo de 125 famílias do MST acampadas em Valinhos, próximo a Luiziana, entrou na propriedade e segundo Paraíso, sem ser convidado. "Agora ao invés do Incra resolver um problema criou outro, pois além de eles estarem em um número maior de famílias estão cerceando nosso direito de ir e vir", conta. Conforme ele, a propriedade de 124 alqueires não é suficiente para abrigar todas as famílias. "Essa propriedade não vai comportar os dois grupos".

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Paraíso lembra ainda que em virtude da rivalidade entre os dois grupos, o local pode se transformar em um barril de pólvoras. "Eles estão fazendo pressão para as famílias deixar a área, mas não iremos sair daqui", enfatiza. Do outro lado do movimento, um dos lideres do MST, Paulo Sergio Souza, lembra que a terra é para todos e que não há intenção de disputar o assentamento com os ‘Bandeiras Brancas’, denominação feita às famílias de Quinta do Sol. "Se não fosse aqui nos entraríamos em outro lugar, daqui também não saímos", diz Souza.

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