São Paulo Os fundadores da igreja Renascer em Cristo, Estevam e Sônia Hernandes, têm audiência marcada para hoje com a Justiça americana. A apresentação dos dois estava marcada para a quarta-feira passada, mas foi adiada a pedido da promotoria. O casal foi preso no último dia 9 de janeiro, acusado de entrar no país com US$ 56 mil não declarados. Durante a audiência, o juiz decidirá se eles irão ser indiciados por "contrabando de divisas" e "não-declaração de bens à alfândega".
O advogado do casal no Brasil, Luiz Flávio Borges D´Urso, divulgou nota, na última quarta-feira, afirmando que a promotoria americana não tem convicção sobre o crime. Procuradores americanos ouvidos pelo Jornal Nacional, da TV Globo, afirmaram esperar que o casal seja julgado rapidamente.
Segundo eles, embora a pena prevista para os crimes pelos quais são acusados seja de cinco anos de cadeia, os Hernandes deverão pegar uma pena bem menor por serem réus primários, ou seja, sem nenhuma condenação definitiva. Se condenados, eles deverão cumprir pena nos EUA. Os dois ainda podem perder o "green card", autorização para moradia e trabalho no país.
Estevam e Sônia estão sob liberdade condicional nos Estados Unidos, depois de passar mais de uma semana presos. O Itamaraty já pediu ao governo americano a extradição dos dois. De acordo com o Ministério Público, que pediu a extradição do casal, eles têm várias restrições por causa da condicional, como o retorno obrigatório à residência sempre até às 17 horas. Eles ainda são proibidos de freqüentar centros comerciais e bares. Os promotores do caso afirmam que os dois são monitorados 24 horas pelos policiais norte-americanos, através de chip eletrônico acoplado aos pés de cada um. Se o chip for retirado, eles podem ser presos novamente.
À Justiça dos Estados Unidos, os líderes da Renascer têm de explicar por que mentiram para a alfândega e por que entraram com dinheiro ilegalmente no país. No formulário entregue à alfândega, eles afirmavam que não levavam mais de US$ 10 mil, o permitido.