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Infância

Funpar deixa Casa Amarela e funcionários são demitidos

A Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar) transferiu a administração do programa social Casa Amarela para a UFPR. A alegação é de que faltam recursos financeiros para a manutenção da iniciativa, que atende 40 crianças e adolescentes com síndrome de Down. Hoje, o custo mensal estimado é de R$ 45 mil. Na segunda-feira, os 13 funcionários que trabalhavam no local foram demitidos. Os pais reclamam da demora com que foram avisados sobre a mudança e estão preocupados com possíveis perdas no novo atendimento. O projeto é gratuito e os meninos e meninas têm apoio de fonoaudiólogos, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais.

A Casa Amarela está em funcionamento há um ano e meio e atende crianças e adolescentes de 6 a 14 anos. Eles frequentam a escola regular e, no contraturno, têm atividades como informática e artes, além de atendimento médico e psicológico. Quatro instrutores portadores da síndrome foram capacitados para trabalhar no local. Com a terapia ocupacional, por exemplo, os meninos e meninas aprendem a realizar atividades cotidianas como cozinhar, escovar os dentes e organizar o quarto. "Isso lhes deu uma autonomia enorme", afirma Lilian Ramos. A preocupação dos pais é saber quem são os profissionais que vão substituir a equipe atual. "Será que serão somente estagiários? Isso é correto?", questiona Ivanilde da Silva, mãe de uma das crianças atendidas. Ontem 30 pais se reuniram para discutir o assunto.

Os familiares argumentam que a UFPR e a Funpar assumiram um compromisso com a comunidade de prestar atendimento de qualidade aos portadores da síndrome, e até agora não informaram quem serão os novos funcionários e nem a metodologia de trabalho. "Uma criança com Down precisa de vínculo para aprender e se desenvolver. A demissão do quadro atual já será um rompimento. Aí vão trazer estagiários que têm uma alta rotatividade? E o compromisso assumido?", argumenta a mãe Jocemeri Potuk.

O médico neuropediatra Luís Celso do Amaral diz que a Casa Amarela é uma referência no assunto porque incentiva a frequência ao ensino regular. Os pais acreditam que, se tivessem sido informados do fato com antecedência, poderiam ter encontrado outra solução. "Cada criança com Down exige um atendimento individualizado. Se o serviço de fonoaudiologia for suspenso, por exemplo, como vamos fazer? Há planos de saúde que só permitem seis consultas por ano. Aqui eles têm isso todos os dias", afirma a mãe Sirlene Kertelt.

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