O projeto que cria uma estrada-parque no antigo Caminho do Colono, entre os municípios de Serranópolis do Iguaçu, Oeste, e Capanema, no Sudoeste do Paraná, está prestes a ser encaminhado ao senado. A redação final da proposta foi aprovada na última terça-feira pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara.

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A proposta agora só depende da assinatura do presidente da Comissão para começar a ser apreciada pelos senadores, o que deve ocorrer nas próximas semanas.

A via de 17,6 quilômetros, em pleno Parque Nacional do Iguaçu, foi fechada pela Polícia Federal em 2001, por ordem judicial. Para moradores e políticos da região, que acompanharam a votação na Câmara, o fechamento da estrada traz prejuízos econômicos à região.

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Autor do projeto da estrada-parque, o deputado Assis do Couto (PT-PR) diz que as perspectivas para aprovação no senado são boas. "A matéria que passa a ser de interesse nacional porque regulamenta a via em outras unidades de conservação", diz.

Inicialmente, segundo ele, o projeto deve passar por três comissões no Senado: infraestrutura e desenvolvimento regional, turismo e meio ambiente. Uma das três comissões, a ser definida, terá parecer final terminativo, ou seja, poderá encaminhar o projeto diretamente para sanção presidencial. No entanto, o trâmite poderá ser interrompido caso haja recurso.

Impacto

Presidente da Associação de Defesa e Educação Ambiental de Foz do Iguaçu, André Alliana diz que, do ponto de vista ambiental, um dos argumentos para contrapor a reativação da estrada é a necessidade de cortar 210 mil metros quadrados de floresta que tomou conta do antigo caminho. "Em alguns pontos nem é mais possível andar a pé."

Diretor da Sociedade de Pesquisa da Vida Selvagem, Clóvis Borges, classifica a abertura da estrada como um argumento "politiqueiro" para resolver um problema social e econômico da região. "Consideramos irresponsável, em função de um caso local, abrir um precedente nacional", enfatiza.

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Borges também afirma que não existe relação entre o desenvolvimento regional e a reabertura de uma estrada que liga dois municípios que nem sequer têm negócios entre si. De acordo com o ambientalista, a Unesco, que concedeu o título de Patrimônio Natural da Humanidade ao Parque do Iguaçu, deve fazer um alerta formal ao governo brasileiro quanto aos riscos de reativar a via.