Na última segunda-feira (7), Tel Aviv, a segunda maior cidade de Israel, lançou o Digi-Dog, um spin-off, ou seja, derivado da rede de serviços públicos e descontos Digi-Tel para residentes da cidade, só que voltado para quem tem um amigo de quatro patas. E nesta cidade, em especial, eles são muitos. Segundo dados da administração municipal, Tel Aviv tem um cão para cada 17 habitantes, o que daria cerca de 25 mil cachorros. Não à toa, Tel Aviv se identifica há algum tempo como a cidade com mais cães no mundo e se auto intitulou a “cidade mais amiga dos cães” no ano passado, pouco antes de ser sede de um festival de saúde, lazer e bem-estar dedicado a eles.
De acordo com jornais locais e a agência de notícias JTA , há 70 parques com espaços dedicados aos cães na cidade, além de várias praias onde os animais podem se divertir até sem coleira. Segundo o vice-cônsul geral de Israel em São Paulo, Fares Saeb, o cotidiano da cidade realmente reflete esse carinho pelos cães. “As pessoas estão sempre com seus cachorros nas ruas, na orla, nos parques e nos diversos bares e restaurantes ‘pet friendly’. Os cachorros são verdadeiros companheiros de seus donos em Tel Aviv. Além disso, a ‘pet therapy’, que é a terapia com animais, é muito popular não só em Tel Aviv, como em todo o Estado de Israel.”
Embora toda essa paixão pelos cães possa ser percebida no dia a dia da cidade, ainda há animais abandonados. É por isso que a prefeitura da cidade diz manter um serviço de atendimento veterinário 24 horas para cães de rua, além de ter adotado uma política de não-sacrifício desses animais e ter um abrigo para eles. A reportagem, no entanto, não conseguiu encontrar detalhes sobre quantos animais estariam abandonados nas ruas ou mesmo sob cuidados do abrigo.
App também pode ser ferramenta de guarda responsável e política pública em Tel Aviv
Em teoria, o Digi-Dog pode ser uma mão na roda não só para quem cuida bem dos cães em Tel Aviv, mas também para incentivar a guarda responsável e como ferramenta de políticas públicas voltadas os animais. A ideia é concentrar num só lugar um calendário de eventos e serviços, como vacinação e cursos de adestramento, com foco nos cães e seus tutores.
Mas se o app conseguirá evoluir para algo que realmente gere engajamento com a causa animal, é outra história. Espera-se que o potencial público-alvo do Digi-Dog seja, pelo menos, o mesmo do Digi-Tel, de cerca de um terço dos mais de 410 mil habitantes da cidade. Mas o app, assim como o Digi-Tel, também pode vir a decepcionar.
Ainda em 2015, Noah Efron, ex-membro do conselho da cidade e professor universitário, disse ao site especializado em cidades Citiscope que conta com patrocinadores com as fundações Rockefeller e MacArthur, entre outras, que o Digi-Tel não decolou como poderia. Segundo Efron, que participou do projeto do Digi-Tel desde o início, o app “não influencia decisões da cidade” e “nem permite que as pessoas realmente tomem parte na administração da cidade” – fatores que seriam cruciais para se avaliar a ferramenta em termos de engajamento da população.
Outro contraponto, esse mais leve, vem dos amantes dos gatos. Segundo informações do Wall Street Journal, até um abaixo-assinado já foi feito para pedir que Tel Aviv não se identifique apenas como uma cidade para cães.
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