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futuro das cidades

Airbnb negocia recolhimento de impostos com 100 cidades

desde outubro de 2015, o Airbnb recolhe 0,83 euros por dia por pessoa de cada aluguel fechado na capital francesa. Mais acordos como esse devem ser fechados com outras cidades onde a empresa atua. | Daniel Castellano/Arquivo
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desde outubro de 2015, o Airbnb recolhe 0,83 euros por dia por pessoa de cada aluguel fechado na capital francesa. Mais acordos como esse devem ser fechados com outras cidades onde a empresa atua. (Foto: Daniel Castellano/Arquivo /Gazeta do Povo)

Airbnb Inc. está negociando com mais de 100 cidades maneiras de coletar taxas por seus serviços, seguindo táticas que parecem ter ajudado a acalmar as autoridades regulatórias em cidades como Amsterdã e Paris.

“Nós estamos tentando ativamente uma articulação com as cidades; sinalizamos nossa vontade em trabalhar com as cidades sobre assuntos como impostos e transparência”, disse o diretor-chefe de tecnologia (CTO) da companhia com sede em São Francisco (EUA), Nathan Blecharzyk, durante uma conferência de startups em Amsterdã.

Segundo Blecharczyk, o Airbnb já tem acordos para, automaticamente, recolher impostos de seus clientes em nome de 30 cidades, que recebem o repasse da empresa no final do mês. No ano passado, 5,5 milhões de euros foram recolhidos dessa maneira em Amsterdã, por exemplo. Há um acordo semelhante em andamento em Paris, um dos maiores mercados do Airbnb. Na capital francesa, a empresa anunciou no ano passado que passaria a cobrar, a partir de 1.º de outubro, uma taxa de 0,83 euros por pessoa por dia pelos alugueis feitos por lá. A medida tem o objetivo de “equilibrar” um pouco a concorrência do Airbnb com os hoteis parisienses.

Outras cidades estão oferecendo mais resistência. Segundo informações da agência de notícias AFP, novas leis em Berlim, por exemplo, estão, aos poucos, restringindo os alugueis via Airbnb. É um efeito atrasado de uma política que entrou em vigor dois anos atrás mas não que não foi fiscalizada imediatamente – “uma questão evidente que foi ignorada”, disse o diretor. “O compartilhamento de residências está crescendo em Berlim”, disse Blecharczyk, “tenho certeza que [a questão legal] é algo que vai se resolver com o tempo, há altos e baixos com esse tipo de problema”.

A peça europeia é fundamental para o quebra-cabeças dos negócios do Airbnb. Segundo Blecharczyk, em 2015, a região gerou US$ 3 bilhões (ou R$ 10,7 bilhões) em receitas para seus anfitriões representou mais da metade das reservas feitas no website tanto em termos de proprietários de imóveis quanto tem termos de viajantes.

Mas questões com impostos – mais precisamente se os clientes declaram ou não a renda advinda dos alugueis ao imposto de renda – são parte dos desafios do Airbnb, não apenas na Europa como nos Estados Unidos.

De acordo com o diretor do Airbnb, enquanto a empresa puder recolher taxas em nome dos municípios não há intenção de declarar aos governos quanto seus anfitriões ganham com os alugueis porque isso violaria a privacidade de seus clientes.

Para convencer os governo locais a colaborarem com o Airbnb, Blecharczyk disse que a empresa vem ressaltando a influência positiva de seus serviços nas cidades. No geral, o discurso do Airbnb é de que seu serviço tem encorajado os turistas a gastarem mais em áreas residenciais pouco visitadas das cidades, assim como a usar menos energia e água durante a estadia.

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