Não foi dessa vez que a Urbs bateu o martelo no novo sistema de bicicletas compartilhadas de Curitiba. Único interessado da licitação, o consórcio BikeFácil não apresentou todos os documentos exigidos no edital. Além de documentos contábeis, como os balanços patrimoniais das empresas, faltou comprovar qualificação técnica para operar o serviço. O grupo tem até a próxima sexta-feira (21) para regularizar a situação.
O consórcio é formado por duas empresas. Ambas apresentaram problemas na documentação. A paulista Fitset Negócios, Comércios e Serviços, do ramo de comércio de acessórios para automóveis, não apresentou balanço patrimonial;certidão de tributos imobiliários; nem o termo de declaração de conhecimento do edital. Já a BikeFácil Locações, criada especificamente para a disputa do edital, não apresentou balanço patrimonial nem termo de conhecimento do edital.
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“São alguns documentos complementares, algumas coisas que estavam faltando e que a gente deve apresentar nos próximos dias”, garante Eduardo Neves Penteado de Moraes, representante das empresas. Como a empresa é nova, ainda não havia o carimbo da Junta Comercial à época da licitação, o que deve ser corrigido pelo contador nos próximos dias, explicou à Gazeta do Povo. “É uma questão burocrática”.
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A burocracia também foi o que emperrou a comprovação de qualificação técnica, segundo o empresário. Isto porque a Bikefácil e a Fitset não têm experiência na área, como exige o edital. Mas o consórcio possui uma parceria com a Bonopark, que administra os sistemas de bike-sharing em Madri e San Sebastián, na Espanha.
Mas a comissão de licitação considerou que a experiência da Bonopark “não comprova que o consórcio em questão pode se valer da experiência técnica constante no referido documento”. Isto ocorreu, segundo Eduardo Neves, porque o contrato da BikeFácil não é com a Bonopark, e sim com a Ride On. Esta última é uma empresa de consultoria criada para exportar o expertise madrilenho para outras cidades.
O edital exige apresentação de “atestado de capacidade técnica” que comprove a “implantação e operação de sistemas de disponibilização de bicicletas públicas, por meio de estações de auto-atendimento computadorizadas, e com operação em tempo real de 15 estações e 160 bicicletas”.
“O que faltou foi um documento dizendo que o Miguel [Vital, fundador de ambas as empresas] é da Ride On”, explica Eduardo, que alega já possuir uma versão em espanhol do texto, que será traduzida para o português até a próxima sexta-feira. O contrato é no modelo de franquia. Além de receber consultoria, a BikeFácil é uma espécie de representante brasileira do modelo de negócios da Ride On. A empresa estrangeira é a proprietária dos protótipos de bike e estação que foram apresentados à Urbs, no último dia 29 de setembro.
Eduardo Neves explica que a Ride On preferiu não participar diretamente do consórcio. “Ele [Miguel Vital] não tinha interesse em fazer os procedimentos [para entrar no Brasil]. Então é um cessor [sic] de experiência, e eu sou o master franqueador. Posso franquear pontos aqui no Brasil da marca, assim como faz o Mc Donalds, o Starbucks”.
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Próximos passos
O Consórcio BikeFácil tem até o dia 21 de outubro para apresentar toda a documentação faltante. Se estiver tudo correto, a Urbs deve homologar a licitação, e só então haverá a assinatura do contrato. Após a expedição da ordem de serviço, a empresa tem 75 dias para instalar as primeiras 25 estações, com 180 bicicletas. Depois, são mais 65 dias para instalar as 18 estações e 200 bikes restantes.
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