A prefeitura de Curitiba lançou, nesta sexta-feira (20), o edital de chamamento público para receber as Propostas de Manifestação de Interesse (PMI) para implantar projetos de eletromobilidade na cidade. São quatro trajetos já definidos e um livre, que deverá ser proposto pelo mercado. As soluções mais comuns nesse campo têm sido os Veículos Leves Sobre Trilhos (VLT) ou os Veículos Leve Sob Pneus (VLP). O prazo para apresentação das propostas vai até o dia 25 de julho. O edital definitivo ainda não tem data prevista.
No mês passado, em entrevista à Gazeta do Povo, o secretário do Planejamento Fábio Scatolin já havia adiantado a intenção da prefeitura de lançar a PMI. Na ocasião, Scatolin contou que a havia três trajetos distintos em discussão: do bairro Cachoeira à Rodoferroviária; da Rodoferroviária ao Aeroporto Afonso Pena; e do Pinheirinho ao Atuba, na Linha Verde.
Mudanças
A prefeitura acabou mexendo nessas possibilidades. Foram substituídas as rotas do bairro Cachoeira a Rodoferroviária e dali para o Aeroporto – justamente as que haviam sido sugeridas no projeto de VLP elaborado pelo escritório do ex-governador Jaime Lerner. Em um pleito por recursos, a atual gestão havia enviado esse projeto ao Governo Federal em 2013. A execução dos projetos, naquela época, custaria R$ 950 milhões. Segundo o executivo, as informações iniciais ainda eram preliminares e foram feitos ajustes.
Os novos trajetos propostos são: da Cidade Industrial ao Parque da Imigração Japonesa; do bairro Barreirinha ao cruzamento da Linha Verde com a Marechal Floriano; do Aeroporto ao Centro Cívico (esse trajeto poderia ser via Marechal Floriano ou via Avenida das Torres); e do Atuba ao Tatuquara.
A PMI também terá uma quinta rota livre como possibilidade. Segundo nota da prefeitura, o texto deixará esse traçado em aberto para que o mercado explore possibilidades de inovação urbanística, técnica, institucional e operacional. Os custos da PMI, caso ela seja absorvida pelo edital, deverão ser reembolsados por quem vencer a licitação de implantação e operação do novo modal.
Nessa etapa do projeto, é comum que valores prévios do projeto não sejam divulgados para que cada uma das propostas apresente a melhor solução para a cidade. Mês passado, entretanto, Scatolin havia dito que o traçado pela Linha Verde, por conta da infraestrutura existente, tinha tudo para ser o primeiro a sair do papel. O secretário calcula que a implantação do modal elétrico nessa rota custará em torno de R$ 300 milhões.
Todos os trajetos já definidos poderão ser estendidos para municípios vizinhos que compõem a região metropolitana. Em entrevista ao site da prefeitura, o prefeito Gustavo Fruet disse que o procedimento interfederativo permitirá “celebrar parcerias públicos privadas (PPPs) com mais de uma cidade ou outros entes da federação, visando a execução de serviços públicos de interesse comum, como o de transporte”.
Capacidade
Em termos de capacidade, o VLT ou VLP é uma solução de transporte próxima da que já existe na Linha Verde. Mas a aposta da prefeitura é de que essa demanda vai crescer com as mudanças previstas pela Operação Consorciada. Na Linha Verde, o BRT transporta apenas 31 mil pessoas por dia. Mas a prefeitura projeta um aumento nessa demanda por conta das obras que são realizadas na região, chegando a 120 mil passageiros por dia. Além disso, a aposta na eletromobilidade visa reduzir a emissão de poluentes na atmosfera causada pelos veículos a diesel do sistema BRT.