O projeto “Ecoelétrico” rendeu à prefeitura de Curitiba o primeiro lugar na categoria “mobilidade urbana”. O prêmio foi entregue pelo Instituto Parar nesta quinta-feira (10), em São Paulo. A ideia foi reconhecida por sua caráter de inovação - a inserção de veículos elétricos na frota pública - e de perspectiva, já que nova fase do Ecoelétrico, ainda não finalizada, prevê a disponibilização de carros elétricos públicos para a população. O Parar realiza estudos e treinamentos em prol da segurança no trânsito, em parceria com gigantes do setor como a Audi, Chevrolet e a Federação Internacional de Automobilismo (FIA).
O Ecoelétrico surgiu como um compromisso de Curitiba em reduzir sua emissão de gases do efeito estufa. Foram seis toneladas de dióxido de carbono a menos, no primeiro ano, e hoje passa das 12 toneladas. São 11 veículos (dez carros e um micro-ônibus) que ficam distribuídos em oito eletropostos, e à disposição de diferentes secretarias de governo.
Os veículos foram cedidos em comodato pela Renault e pela Itaipu Binacional. A usina é responsável também pelos postos de recarga. Parte da frota original já foi devolvida às empresas. “Em parte pelo sucesso do Ecoelétrico, que repercutiu no Brasil todo e hoje a Itaipu firma parcerias com a ONU, em Brasília, e com outras prefeituras, para iniciativas semelhantes”, defende Ivo Reck, que coordenou o projeto dentro do gabinete da vice-prefeita, Mirian Gonçalves.
Eletromobilidade: Sem metrô, Curitiba tem três propostas para a evolução do ônibus
A integração dos veículos elétricos à frota pública foi considerada uma quase “experiência científica” por Mirian. A ideia era criar um ambiente mais favorável para veículos movidos a eletricidade no mercado brasileiro, ainda muito incipiente. Não há uma rede de abastecimento ou uma regulamentação para os dispositivos de recarga estabelecidos no país, por exemplo.
A próxima etapa é tornar o carro elétrico um transporte público, com o lançamento de um “car-sharing” (literalmente, carros compartilhados) exclusivo para veículos elétricos. O edital ainda não foi lançado, mas a previsão é começar com 50 carros e cerca de 30 pontos de recarga. Além de abastecer o veículo, as estações devem servir como ponto de retirada e entrega dos veículos, quando não forem utilizados pelo usuário.
A ideia é preparar um edital para uma concessão, em que os custos com implantação e manutenção do serviço são feitos diretamente pela empresa operadora. Que, por sua vez, irá lucrar com o aluguel dos carros, a longo prazo. Estas perspectivas constam de dois estudos apresentados em resposta a um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), lançado em dezembro de 2015 pela prefeitura.
A PMI é uma espécie de termômetro do mercado. O poder público testa se há algum interessado em investir no serviço, ao mesmo tempo em que aproveita os resultados dos estudos apresentados para elaborar seu próprio parecer técnico, na hora de elaborar uma licitação. para dar continuidade, o grande entrave é a troca de governo.
De qualquer forma, desde o período de campanha a vice-prefeita (que não integrou nem apoio a chapa de reeleição do prefeito Gustavo Fruet) deixou claro que seu trabalho terminaria em dezembro de 2016, mas sua meta era passar o bastão. Mas ela é otimista quanto à receptividade do prefeito eleito Rafael Greca ao tema.
“Nós queremos entregar oficialmente [o projeto] inclusive com a previsão de pontos de recarga, retirada, tudo certinho. Nós vamos deixar realmente tudo pronto para o edital”, promete Gonçalves. O texto não será publicado imediatamente “porque houve um pedido do prefeito eleito, e a gente acha mais correto fazer a transmissão”.
Deixe sua opinião