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Em Curitiba, Galeria Júlio Moreira é um exemplo de espaço de arte subterrâneo

Construída no fim dos anos 1970, a Galeria Júlio Moreira, em Curitiba, foi pensada principalmente para o fluxo de pedestres, em razão do alargamento da Nestor de Castro. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Construída no fim dos anos 1970, a Galeria Júlio Moreira, em Curitiba, foi pensada principalmente para o fluxo de pedestres, em razão do alargamento da Nestor de Castro. (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)

Com a agenda cheia até dezembro próximo, a Galeria Júlio Moreira, no Largo da Ordem, em Curitiba, é um exemplo de como a arte pode resistir em meio aos problemas típicos das grandes cidades. Como espaço público, a galeria dá passagem para todo mundo, todo dia: de estudantes a moradores de rua; de turistas a traficantes de drogas. Sim. Nos arredores da Travessa Nestor de Castro, a oferta de crack ainda é bastante presente, mas também o é a oferta de música, artes plásticas, teatro e literatura. “A gente ajuda a cuidar. Chama a atenção de que aqui não pode [tráfico e uso de drogas]. É complicado, e por isso mesmo a gente tenta ocupar o espaço o máximo possível”, diz a coordenadora administrativa do Teatro Universitário de Curitiba (TUC), que fica dentro da galeria, Nilza Maria dos Santos Raimundo.

Há dois anos na função, ela parece ter pegado amor pelo lugar. E não só ela. Mesmo com a tinta gasta, as paredes da galeria estão vivas graças às interferências feitas ali de tempos em tempos.

Construída no fim dos anos 1970, a Júlio Moreira foi pensada principalmente para o fluxo de pedestres, em razão do alargamento da Nestor de Castro. Na década seguinte, conta o arquiteto e professor da PUCPR Salvador Gnoato, percebeu-se o “erro” da Nestor de Castro. “Ela acabou separando o Largo e a Praça Garibaldi da Tiradentes, que também importante, afinal foi ali que Curitiba foi fundada”. Ainda em 2013, como parte das obras de mobilidade apresentadas ao governo federal em razão do PAC da Mobilidade, a prefeitura de Curitiba apresentou um projeto de requalificação da travessa, com o objetivo principal de “reunir” o setor histórico. O projeto acabou não entrando no pacotão de obras pré-Copa.

O TUC, dentro da galeria, ganhou a cara atual como parte de um plano de revitalização dos espaços culturais que a prefeitura de Curitiba começou em 2005. Em 2007, as lojinhas que ali ficavam, entre elas a banca de revistas de José Avelar de Melo, o Melo, foram substituídas por novas iniciativas culturais: o Clube de Xadrez e a galeria Espaço de Arte Urbana. Esta última já não está mais lá, cedeu lugar para mais uma salinha dos amantes do xadrez.

Um novo projeto de iluminação para a Nestor de Castro e a Alameda Augusto Stelfeld acaba de ser finalizado, com atenção especial para os dois murais de Poty Lazzarotto (um em cada lado da Travessa Nestor de Castro). Mas a ideia só deve sair do papel após a finalização da primeira fase do plano de iluminação anunciado em 2015 pelo prefeito Gustavo Fruet, que está em licitação.

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